Proposta de reserva de cotas na USP, Unicamp e Unesp será apresentada pelo governador Geraldo Alckmin na quinta-feira
As universidades estaduais de São Paulo – USP, Unesp e Unicamp – querem que o governo do Estado defina uma verba específica para financiar o programa de cotas dessas instituições. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai anunciar nesta quinta-feira (20) a proposta final que será levada para os respectivos conselhos universitários. Na Universidade de São Paulo (USP), a maior do País, o projeto será encaminhado para todas as faculdades antes da apreciação do colegiado.
De acordo com o reitor da USP, João Grandino Rodas, o único detalhe que falta para a definição da política de cotas é o orçamento. "Precisa de dinheiro, não é só trazer os alunos. Essa proposta (dos reitores) busca fazer com que todos possam ser acolhidos na universidade e tenham plena condição de seguir o curso", disse Rodas. "Será um novo sistema de ingresso."
A verba seria necessária para financiar a permanência estudantil, por meio de bolsas de auxílio moradia e alimentação, por exemplo, além da estruturação do curso de reforço para alunos de escolas públicas.
O projeto prevê que, até 2016, metade das vagas da universidade seja preenchida por alunos de escolas públicas. Aproposta foi discutida pelo Conselho de Reitores das Universidades das Universidades Estaduais de São Paulo ( Cruesp ), que começou a debater o tema em outubro, quando o governador pediu a sua formulação após ogoverno federal regulamentar a Lei da Cotas para as federais. Historicamente, as universidades estaduais são contrárias à proposta de cotas.
As linhas finais do pacote têm sido mantidas em segredo. Ainda há uma série de indefinições em relação ao financiamento e ao modelo de reforço de aula para cotistas. Para o desenho da proposta, não foi realizado uma simulação específica de pontuação de vestibular e demais impactos. Mas, segundo Rodas, as universidades entregaram ao governo números da realidade das universidades para que o Executivo possa chegar a um valor que financie o projeto.
Na USP, as unidades da universidade terão oportunidade de sugerir mudanças, como revelou o reitor. Só depois é que a proposta seguirá para o Conselho Universitário, instância máxima da instituição. O plano é que o novo sistema entre em vigor em 2013.
O anúncio desta quinta-feira deve ser feito de forma que pareça que foram os reitores quem, voluntariamente, decidiram pelas cotas. A preocupação é em conservar a autonomia universitária, tema caro à comunidade acadêmica.
FONTE: ULTIMO SEGUNDO / Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
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