O DITO:
Lula inaugura plataforma que deixará o Brasil auto-suficiente em petróleo
21/04/2006 - 9h35
Edla Lula e Nielmar de Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje da celebração pela conquista da auto-suficiência do Brasil em petróleo. A solenidade será às 17h45 no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
Antes de ir para o Rio, Lula inaugura, às 13h, na Bacia de Campos, em Campos dos Goytacazes, a Plataforma P-50, que dará condições para que o país seja auto-suficiente. A P-50 será a maior estrutura em operação no Brasil, somando mais de 180 mil barris de petróleo à produção nacional. No mês passado, a Petrobras produziu 1,75 milhão de barris de petróleo por dia.
O local é a maior província petrolífera do país, respondendo por cerca de 85% da produção nacional de petróleo. Unidade flutuante do tipo FSPO (produz, processa, armazena e escoa o óleo e o gás), a nova plataforma passará a responder sozinha por 11% de todo o óleo extraído no país.
Além de produzir petróleo, a P-50 terá capacidade de comprimir seis milhões de metros cúbicos de gás natural e de estocar outros 1,6 milhão de barris de petróleo. De acordo com o conceito adotado pela Petrobrás, a auto-suficiência é a disponibilidade de petróleo produzido nos campos nacionais, em volume igual ou superior ao consumo e à capacidade de refino do país para atender a demanda do mercado brasileiro.
Hoje, a demanda nacional pelo produto é de 1,8 milhão de barris (a mesma do Parque Nacional de Refino), enquanto a produção, com a entrada em operação da P-50, deverá fechar o ano com uma média diária em torno de 1,9 a 1,91 milhão de barris.
O FATO:
Brasil perdeu autossuficiência em petróleo, diz representante do governo
Seis anos depois de anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 21 de abril de 2006, a autosuficiência do Brasil em petróleo voltou a ser uma promessa, agora no aguardo dos resultados do pré-sal.
A volta do país à dependência de importações do produto foi anunciada nesta terça-feira (10) em reunião da Subcomissão Temporária da Aviação Civil pelo diretor do Departamento de Combustíveis Derivados de Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Ishihara.
No início de debate sobre o impacto dos preços dos combustíveis de aeronaves, o presidente da subcomissão, senador Vicentinho Alves (PR-TO), reclamou que o preço dos combustíveis no país está até 60% acima das cotações internacionais, o que impede o desenvolvimento da aviação brasileira.
O representante do MME explicou que o Brasil atingiu o que se pode denominar de “autossuficiência teórica”, uma vez que não produz todos os produtos e derivados do petróleo. Além disso, ressaltou, houve aumento do consumo de combustíveis no país, o que torna necessária a sua importação. Em sua avaliação, com a exploração do pré-sal, o país vai recuperar a condição de autossuficiente em petróleo e tornar-se exportador do produto.
Formação dos preços
Ao ser questionado pelo senador Ivo Cassol (PP-RO) sobre o alto preço dos combustíveis da aviação civil, segundo o senador um dos mais caros do mundo, Cláudio Ishihara disse que o governo não interfere na formação dos valores a serem cobrados do consumidor. A precificação, informou, inclui, entre outras variáveis, tributos estaduais e federais e custos de transportes.
O governo, ressaltou o representante do MME, apenas traça metas para que o próprio setor regule os preços. Ele observou ainda que o mercado de combustíveis é livre no Brasil e, portanto, qualquer empresa pode atuar na exploração, refino, revenda e importação do produto.
O engenheiro e consultor especialista em combustível Paulus Figueiredo informou que os combustíveis brasileiros são reajustados com base no mercado internacional e, por isso, os preços se tornam elevados.
Região Norte
O senador Ivo Cassol disse considerar “injusto” os preços cobrados pelos combustíveis de aviação no Norte. Em sua avaliação, os valores são exorbitantes quando comparados com os da Região Sudeste ou outras cidades brasileiras. Para o senador, a população da Amazônia paga um alto custo pelo transporte aéreo, enquanto as empresas distribuidoras de combustíveis obtêm lucros “extraordinários”.
- Nós não podemos aceitar que uma distribuidora ou uma revendedora agregada a uma distribuidora ganhe mais que a própria Petrobras, que refina - disse Ivo Cassol.
Consumo
O presidente-executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Jacques Mendes Vaz, informou que, em 2011, foram consumidos 111 bilhões de litros de combustíveis de aviação, o que representa um aumento de 3% em comparação a 2010. Isso significa, em sua opinião, que o brasileiro está viajando mais de avião.
O debate desta terça-feira faz parte do ciclo de audiências públicas que a subcomissão realiza sobre a aviação civil brasileira. O colegiado funciona no âmbito da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).
FONTE: Agência Senado
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