O MTST tem realizado lutas em várias
partes do Brasil por moradia digna e Reforma Urbana. Em nossa atuação de
pressão sobre o Estado em seus diversos níveis não nos pautamos por quem está
no governo. Temos rigorosa autonomia em relação a qualquer partido político e
essencialmente a qualquer governo.
Isso não significa que sejamos
apolíticos. Muito pelo contrário. Defendemos mudanças profundas na política e
na organização social brasileira. Mas acreditamos que essas mudanças se
constroem com luta e organização popular.
Avaliamos que a Reforma Urbana e
demais Reformas populares que os trabalhadores brasileiros necessitam não serão
conquistadas nessa configuração institucional. O financiamento privado de
campanha e os demais vícios do sistema político brasileiro fazem das eleições
um jogo onde os interesses populares não têm vez.
Não que os partidos e candidatos
sejam todos iguais. Essa é uma percepção falaciosa e despolitizada. Um governo
que dialoga com as organizações populares não é a mesma coisa de outro que
reprime e criminaliza. Assim como partidos e candidatos que defendem
transformações populares e o combate aos interesses da elite devem ser
valorizados. Por isso, a possibilidade de um retrocesso nos preocupa bastante.
Nas eleições presidenciais, nos
identificamos com muitas propostas da candidatura de Luciana Genro (PSOL), que buscou incorporar as posições dos
movimentos populares - incluindo o MTST - em seu programa. Reconhecemos ainda a
resistência expressa em outras candidaturas no campo da esquerda. No entanto,
sabemos que suas chances reais de disputa são muito pequenas, exatamente pelo
domínio dos interesses econômicos sobre o processo eleitoral.
Nas eleições para os governos
estaduais e para o legislativo também reconhecemos candidatos que representam
propostas que defendemos. E buscaremos apresentar e indicar aos trabalhadores
sem-teto organizados pelo MTST esses casos.
No entanto, por todos os motivos que
temos apresentado em nossas lutas, reafirmamos que nosso caminho não é a
participação em campanhas eleitorais. Continuaremos, independentemente do
período eleitoral, mobilizados nas ruas para arrancar os direitos que sempre
foram negados à maioria.
Nossos sonhos não cabem nas urnas.
Nosso voto é no poder popular!
COORDENAÇÃO NACIONAL DO MTST
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