O ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., caiu em contradição ao comentar a origem dos recursos para as reformas e construções dos estádios para a Copa do Mundo de 2014 durante participação na rodada de negócios, promovida pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil que reuniu diversas autoridades envolvidas com a organização do Mundial.
Questionado se achava correto o BNDES emprestar dinheiro para a construção de estádios para a Copa, Orlando Silva disse: "o Governo Federal não empresta e o dinheiro do BNDES não é do tesouro nacional". Minutos antes, o ministro havia dito que o Governo Federal havia injetado recursos no BNDES, deixando escapar a contradição nas declarações.
A fonte de recursos para a reforma e construção de estádios foi a principal pauta do evento "luso-brasileiro" realizado nesta segunda-feira, em São Paulo. A cerimônia teve essencialmente o objetivo de atrair investidores do exterior, em especial de Portugal, para investir no Mundial.
Além de Orlando Silva, outras autoridades participaram do evento como: Luiz Barreto, ministro do Turismo, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, e Madalena Torres, ex-presidente da Comissão de Promoção de Portugal no âmbito da Eurocopa de 2004. Ainda compareceram outras personalidades e dirigentes do esporte. Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, saudou os presentes e se retirou no início do evento em decorrência da missa de sétimo dia da morte de seu pai.
Segundo Madalena Torres, em Portugal, para a organização da Eurocopa, o investimento em arenas (sete novas e três reformadas) foi de cerca de 800 milhões de euros (R$ 2,14 bi), e o governo investiu apenas 25% desse valor.
O quadro para o Brasil se anuncia diferente. A estimativa orçamentária para gastos com estádios para 2014 é, até agora, de aproximadamente R$ 4 bi. Até aqui, os governos estaduais de Distrito Federal, Mato Grosso, Amazonas e Minas Gerais anunciaram investimentos na construção e/ou reforma de seus estádios. Autoridades se unem para captar dinheiro estrangeiro para Copa.
"Há quatro Estados em que o tesouro estadual decidiu investir (Amazonas, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso). Isso é problema local e não podemos intervir e nem vetar", disse Orlando Silva.
Ao todo, o evento, que também teve a organização da Rede Globo, atraiu a presença de 53 empresas portuguesas, o que animou os participantes em turbinar a entrada de capital estrangeiro para a Copa. "É necessário atrair investimentos de fora em várias áreas e serviços", afirmou o ministro.
"Só essa boa vontade de virem ao Brasil já demonstra o total interesse deles em aproveitar essa oportunidade, que é importante pra diversos países e mais ainda para Portugal", disse Manuel Tavares de Almeida Filho, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil. "Esta é uma ocasião para ser aproveitada", afirmou Madalena Torres, responsável por difundir a imagem portuguesa há cinco anos com a realização da Eurocopa.
De acordo com Manuel Tavares, já há investimento português viabilizado para a Copa do Mundo no Brasil. "Temos notícias de oito empresas que montaram filiais no Brasil depois da Copa. Esse evento vem acordar o empresariado para se estabelecer, porque já estamos em cima do momento", afirmou.
Terra
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