Vinte e sete internos da Fundação Casa de São Paulo e 181 inscritos de 14 estabelecimentos penais do Rio Grande do Sul não puderam fazer as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) nesta terça-feira. Os testes foram aplicados a 12 mil detentos e internos em 330 unidades prisionais.
De acordo com o Ministério da Educação, os candidatos não puderam participar do exame por "falta de provas ou de examinadores". O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) deve marcar nova data para aplicação de uma prova reserva a esses inscritos.
O Inep informou que as inscrições foram feitas por meio de formulário --e não pela internet como ocorre com o Enem regular. Por essa razão, há a possibilidade de extravio das fichas de inscrição desses detentos. O instituto vai checar o atestado de inscrição e a data da postagem do material pelas unidades prisionais para decidir se haverá uma nova aplicação do exame.
Segundo a gerente escolar da Fundação Casa, Neuza Flores, os estudantes estavam prontos para fazer o exame, mas os fiscais e as provas não chegaram aos locais até as 12h, como havia sido estipulado. "Eles estavam dentro das salas de aula esperando as provas e os fiscais", disse.
O problema não foi maior, segundo ela, porque alguns adolescentes obtiveram autorização da Fundação Cesgranrio, responsável por aplicar o Enem, para realizarem a prova em outras unidades.
De acordo com ela, 401 jovens estavam inscritos para serem examinados em 80 unidades da Fundação Casa. Entretanto, apenas 198 deles permaneciam internados até dezembro, o que não impede que eles retornem à instituição para realizar a prova.
A gerente disse que o Inep entrou em contato com a fundação e garantiu que os adolescentes que perderam as provas não serão prejudicados. "Ainda não temos uma posição exata, mas provavelmente haverá uma nova data", disse.
O Enem é realizado nas dependências da Fundação Casa desde 2005 e, segundo Neuza, essa é a primeira vez que ocorre um problema. Ela ressaltou que o exame é uma oportunidade importante para que os jovens infratores consigam colocação no ensino superior. "O Enem é uma possibilidade de eles acessarem o ProUni [Programa Universidade para Todos]", destacou.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
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