Acusações de racismo em briga de alunos na Uerj
Uma briga entre estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) transformou-se numa discussão sobre racismo e foi parar na delegacia. Um estudante de Filosofia, branco, acusa integrantes do Grupo Denegrir, formado por negros que defendem a política de cotas, de agressão. A confusão aconteceu na noite da última sexta-feira, depois de uma festa na universidade. Já o grupo acusa o estudante de ter proferido palavras racistas. Nesta terça-feira, membros do Denegrir fizeram, na própria universidade, uma manifestação contra o racismo.
Segundo Daniel Leal Moreira, estudante de Filosofia, o grupo cercou e ameaçou dois de seus amigos que saíam da festa. Quando viu a confusão, ele teria pedido que os rapazes parassem. Um deles lhe deu uma gravata e o jogou no chão. Ele conseguiu se desvencilhar e, quando saiu, teria sido cercado por dez homens. Temendo o que poderia ocorrer, chamou a polícia. Todos foram levados para a 18ª DP (Praça da Bandeira). Daniel registrou queixa de agressão.
A vendedora Kênia Ferreira, que é negra e namora Daniel, disse que o grupo, em represália à queixa de Daniel, registrou denúncia de injúria racial contra o jovem. Ela defende o namorado que, segundo ela, jamais falaria palavras racistas.
Moacir Carlos da Silva, o Cizinho, integrante do Grupo Denegrir, tem outra versão. Segundo ele, os três rapazes - entre eles, Daniel - foram expulsos da festa e chutaram a porta da sala do grupo. Daniel, segundo Cizinho, teria gritado expressões como "poder ariano", "somos brancos e por isso somos superiores". Sobre a agressão, Cizinho argumentou que foi em legítima defesa como forma de imobilizar Daniel.
Teatro da Uerj amanhece pichado com inscrições racistas
Os muros do Teatro Odylo Costa Filho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), apareceram pichados com exortações racistas e símbolos nazistas na manhã desta segunda-feira. A Uerj foi a primeira universidade pública do país a adotar o sistema de cotas, em 2003. A universidade informou que está investigando para descobrir a autoria das pichações, que devem ser apagadas em, no máximo, dois dias.
Em dezembro de 2009, uma briga entre estudantes negros e brancos na saída de uma festa da universidade se transformou numa discussão sobre racismo, e acabou em denúncias de injúria racial e agressão. Um aluno branco do curso de Filosofia acusa integrantes do grupo Denegrir, que defende a política de cotas, de agredí-lo fisicamente e ofender dois amigos seus. Já os estudantes que fazem parte do Denegrir afirmam que os três rapazes brancos gritaram expressões racistas como "poder ariano", "somos brancos e por isso somos superiores". FONTE: O GLOBO
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