A escola do Morro do Borel, capitaneada pelo carnavalesco Paulo Barros e que cantará a Alemanha em verso e prosa, esperava por mais euros do que recebeu até agora. O governo da Alemanha não deu dinheiro, mas três grandes multinacionais do país bancaram parte do Carnaval: Merck, que deu R$ 1 milhão; Volkswagen e a do setor agropecuário Stihl, que teve inserção do logotipo no site da escola, nos macacões dos empurradores dos carros alegóricos e em outras peças.
Portela, Imperatriz, Mocidade, São Clemente, Grande Rio e Inocentes    de Belford Roxo, que lançaram seus enredos antes de sentarem à mesa com eventuais patrocinadores, confiando na força do evento, acabaram de mãos vazias, ou melhor, com pires na mão.
“O Carnaval é profissional. Mas só da boca para fora. As escolas não exploram marcas, marketing, nada. Investir na gestão dá trabalho, exige transparência, balanço publicado. Como não há nada disso, o patrocínio vira a tábua de salvação. E isso nem sempre funciona”, explica o economista da Petrobras Pedro Migão, que estuda o tema.
A grandiosidade e o profissionalismo da festa no Sambódromo impõem um alto custo às escolas de samba. Sem verba extra, contando apenas com os R$ 2 milhões pagos pela Rede Globo e o R$ 1 milhão da prefeitura, as agremiações tradicionais Portela e Mocidade foram algumas que enfrentaram problemas. A Grande Rio correu contra o tempo para produzir os sapatos. “Não dá para falar em má gestão. As escolas estão se transformando”, diz Luiz Carlos Prestes Filho, especialista em Economia do Carnaval.


QUEM RECEBEU

BEIJA-FLOR (Manga-larga Marchador) — R$ 6 milhões das associações dos criadores de cavalos.

MANGUEIRA (Cuiabá) — R$ 3,6 milhões da Prefeitura de Cuiabá.

VILA ISABEL (Vida no campo) — R$ 3,5 milhões da multinacional Agro Basf.

SALGUEIRO (Fama) — R$ 3 milhões da revista Caras.

UNIDOS DA TIJUCA (Alemanha) — Pelo menos R$ 1 milhão da Merck.

QUEM FICOU A PÉ
PORTELA (Madureira) — Sem verba extra da Prefeitura do Rio.

SÃO CLEMENTE (Novelas) — Não recebeu verba extra da Rede Globo.

GRANDE RIO (Royalties do Petróleo) — Sem patrocínio das empresas petrolíferas e do Governo do Estado do Rio.

IMPERATRIZ (Pará) — Esperava verbas do governo paraense e da Prefeitura de Belém.  

MOCIDADE (Rock in Rio) — Não recebeu do empresário Roberto Medina.

INOCENTES DE BELFORD ROXO (Coreia do Sul) — Nada recebeu da Coreia do Sul.
NEUTRA

UNIÃO DA ILHA (Vinicius de Moraes) — Optou por não buscar patrocínio.

BALANÇO FINANCEIRO DO SAMBA

FONTE: JORNAL O DIA 

LEIA TAMBÉM:

Leci Brandão: Há vida fora do sambódromo