O ator
Vinícius Romão que estava preso desde o dia 10 de Fevereiro acusado de roubo,
foi libertado nesta terça-feira (25) por decisão da 33 Vara Criminal do Rio de
Janeiro. A definição aconteceu após o delegado Niandro Lima da 25 DP pedir um
habeas corpus logo depois de ouvir da vítima do roubo que teria se enganado. A
copeira Dalva Moreira da Costa havia reconhecido o ator como autor do roubo de
sua bolsa.
Levado
pela polícia como suposto assaltante, Vinícius só tinha em comum com o autor do
crime o fato de ser negro e usar cabelo black power, conforme revelaram
gravações feitas por câmeras dos prédios da rua onde a situação ocorreu.
Vinícius havia deixado o trabalho no Norte Shopping minutos antes de ser
abordado pelos PMs, obrigado a deitar de bruços e ser colocado em um camburão
da PM. O jovem ator ficou preso por dezesseis dias, incomunicável numa prisão
em São Gonçalo.
O
testemunho extraoficial foi mantido até esta terça-feira, dia 25, quando a
vítima admitiu que teria se equivocado.
Amigos
de Vinícius declararam nas redes sociais que a polícia não teria dado a ele o
direito de telefonar para um parente ou advogado. Para estes amigos, que
organizaram campanhas de denúncia na internet e chegaram a promover protestos
no Rio de Janeiro, além da confusão forçada pela pressão exercida pelos PMs
para que a vítima fizesse o reconhecimento, haveria também um componente
explícito de preconceito racial.
Eis a
pergunta que sempre fica em casos como esse: se fosse um rapaz branco, o
tratamento seria o mesmo?
FONTE: Negro Belchior / Carta Capital
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