Manifestações aconteceram em frente às embaixadas do Brasil na Argentina, França e no Chile
Dezenas de pessoas, sendo a grande maioria brasileira, protestaram neste sábado (04/02) contra a ação de desocupação da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, realizada no último mês de janeiro. As manifestações aconteceram na França, na Argentina e no Chile.
Com cartazes e bandeiras do Brasil, os manifestantes em Paris se concentraram em frente à embaixada brasileira. O grupo de cerca de 50 pessoas desafiou o frio da capital francesa e chamou a atenção para a ação que desalojou cerca de 6 mil pessoas que moravam na área de mais de um milhão de metros quadrados em São José dos Campos.
O protesto, no entanto, foi interrompido por determinação da polícia francesa, que exigiu a saída dos manifestantes da frente da embaixada brasileira na França. Os policiais alegaram que o grupo não poderia tirar fotos em frente à embaixada. Com isso, os manifestantes foram a uma praça próxima ao local, onde seguiram protestando com um grupo mais reduzido.
Na Argentina também houve protesto. Um grupo de 20 pessoas partiu do Obelisco, em Buenos Aires, em direção à embaixada brasileira da cidade. Com cartazes e apitos, os manifestantes pediam justiça para as famílias que foram desalojadas.
Com a mensagem “Todos somos Pinheirinho”, o grupo cantou durante a passeata para atrair a atenção de brasileiros que visitavam a capital argentina. Dessa forma, foi possível aumentar o número de manifestantes para cerca de 30 pessoas.
O Chile também foi palco de protestos contra a desocupação do Pinheirinho. Também na capital do país, cerca de 20 pessoas se concentraram na Praça Los Heroes, onde fica a embaixada brasileira do país. Com o tempo, alguns chilenos juntaram-se à manifestação e o número de pessoas protestando subiu para 30.
Histórico
Esta não é a primeira vez que brasileiros protestam em outros países contra a ação do Pinheirinho. Na última terça-feira (31/01), cerca de 40 brasileiros se reuniram em frente à embaixada do Brasil em Berlim, na Alemanha, para mostrar apoio aos moradores da comunidade.
Com uma faixa que exibia os dizeres “Wir sind alle Pinheirinho” - na tradução do alemão: “Todos somos Pinheirinho” – os manifestantes encararam o frio europeu para mostrar sua indignação frente ao caso.
A comunidade de Pinheirinho estava instalada há oito anos em um terreno da cidade de São José dos Campos. O local é alvo de uma disputa na Justiça envolvendo uma empresa falida do especulador Naji Nahas.
Cumprindo uma ação da Justiça de São Paulo, a Polícia Militar despejou os moradores e casas foram, posteriormente, destruídas. Autoridades e organizações de direitos humanos criticaram a ação por considerar que a Polícia usou de força excessiva para retirar a comunidade do local.
Centenas de pessoas seguem em abrigos provisórios oferecidos pela Prefeitura da cidade, pois não tem para onde ir. Na última semana, o caso ganhou ainda mais repercussão internacional já que a urbanista Raquel Rolnik, relatora das Nações Unidas para o direito à Habitação, denunciou as violações aos direitos humanos no Pinheirinho.
FONTE: OPERA MUNDI
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