42% dos responsáveis pela limpeza urbana em São Paulo se declararam vítimas; maior parte da discriminação vem de transeuntes
Estudo conduzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos traça o perfil dos funcionários da área da limpeza na cidade de São Paulo. Entre as principais constatações da pesquisa, está o fato de boa parte dos entrevistados se declararem vítimas de preconceito por conta dos cargos que exercem.
"Existe uma invisibilidade, eles (os trabalhadores da área de limpeza) nunca são chamados pelo nome. A partir do momento que a pessoa coloca o uniforme de trabalho, ela é esquecida pela sociedade", diz Moacyr Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo, órgão que encomendou a pesquisa.
Do total de 1.851 trabalhadores que participaram do estudo, o maior índice de preconceito foi registrado entre os responsáveis pela limpeza urbana (42%) – sendo que 95% revelaram que a discriminação é oriunda, principalmente, dos transeuntes. 22% dos que fazem asseio e conservação e 11% dos jardineiros também se declararam vítimas de discriminação.
"A discriminação não é por questão de raça, cor ou gênero. A pesquisa mostra que o preconceito é profissional", explica Pereira, antes de acrescentar: "tem casos de transeuntes que tampam o nariz ao passar perto de alguém da limpeza, bares que se recusam a dar um copo com água para não espantar a clientela".
O estudo corrobora com as constatações do psicólogo social Fernando Braga da Costa, que em 2004 publicou o o livro "Homens Invisíveis: Relatos de uma Humilhação Social". Para compor a obra, Costa se passo por gari em diversas ocasiões, ouvindo os relatos dos companheiros e sentindo na pele a discrimanação sentida por eles. O psicólogo se espantou com a forma como eles eram ignorados por todos em volta.
FONTE: delas . ig
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