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segunda-feira, maio 28, 2012

Greve de professores afetará 47 mil acadêmicos gaúchos


Furg e Unipampa já tiveram atividades suspensas; 

UFSM inicia paralisação nesta segunda


A greve das universidades federais, que se alastra por quase 50 instituições de ensino no país, já afeta cerca de 20 mil acadêmicos gaúchos. Número que deve aumentar para 47 mil.


A partir de hoje, os professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), reduto de 26,9 mil estudantes, dão início à paralisação. Reforçam o movimento que já interrompe parte das aulas por tempo indeterminado nas federais de Rio Grande (Furg) e do Pampa (Unipampa).

Deflagrada no último dia 17, a greve envolve universidades, centros e institutos. É capitaneada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), com cerca de 70 mil associados no país. A mobilização pressiona o governo federal a atender exigências que se arrastam há anos, como o reajuste dos salários, reformulação no plano de carreira e melhorias nas condições de trabalho da categoria.

Na sexta-feira passada, 44 instituições de ensino estavam com as atividades suspensas, entre elas universidades de renome, como as de Brasília (UnB), São Paulo (Unifesp) e Rio de Janeiro (UFRJ). Hoje o número deve subir para 48, com previsão de novas adesões nas próximas semanas.

— Os gaúchos cumprem seu papel com três importantes centros, como Rio Grande, que apoia com força nossa causa. Em Pelotas a tendência é de greve, enquanto em Porto Alegre já ocorrem reuniões. É uma das maiores mobilizações da história do Brasil — assegura Marina Barbosa, presidente do Andes.

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) já realiza paralisações semanais. Será assim até o término da votação para nova reitoria — o primeiro turno está marcado para quarta e quinta-feira. De acordo com a Associação dos Docentes da universidade (Adufpel), no dia seguinte ao resultado ocorrerá uma assembleia. Em caso de segundo turno, os professores deverão se reunir em 22 de junho, pós-eleições. Confirmada a greve, serão afetados mais de 20 mil estudantes.

Principal alvo do Andes para aumentar o peso do movimento no Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com mais de 40 mil alunos, vive uma situação que é fruto da divisão que existe na representação dos 2,6 mil professores da instituição, onde o Andes possui uma seção sindical, que a partir de hoje começa uma peregrinação interna para divulgar a dimensão do movimento no país e convocar os docentes para a greve.

— Nas conversas com os colegas já sentimos um grau de insatisfação. Pretendemos impulsionar essa mobilização — explica Robert Ponge, vice-presidente da seção sindical do Andes na UFRGS.

Já o Sindicato dos Professores das Instituições Federais do Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs-Sindicato), que envolve UFRGS, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e as unidades Porto Alegre e Restinga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), prefere manter o diálogo pelo menos até o próximo domingo, quando um encontro em Brasília avaliará o avanço das negociações com o governo.

— Não descartamos e não somos contra a greve, nós apenas achamos que ela é o instrumento extremo. Em geral, as últimas greves causaram desgastes e os resultados não foram os esperados — afirma Maria Luiza von Holleben, presidente da Adufrgs.

Abaixo, confira a situação das universidades gaúchas que têm atividades suspensas:

Furg — Segundo a Associação dos Professores da Universidade Federal do Rio Grande (Aprofurg), 95% dos 10 mil alunos da Furg estão sendo afetados, já que praticamente todos os cursos têm ao menos um docente com atividades paralisadas.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) manifestou apoio ao movimento. Uma assembleia dos estudantes contou com cerca de mil pessoas no Centro de Convivência, segundo cálculos do DCE.

— O fato de os estudantes cobrarem a reitoria chamou atenção em todo o país. É um sinal de que a comunidade entende a nossa luta — afirma Billy Graeff, professor da Furg e integrante do comando nacional de greve.

Unipampa — Nos 10 campi da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) em municípios da Região Sul, Campanha e Fronteira Oeste, a adesão de professores chega a 80%, segundo a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Pampa (Sesunipampa), afetando boa parte dos 9,7 mil alunos da instituição.

— A maioria dos professores que não parou as atividades continuou em sala de aula para recuperar conteúdos atrasados, ou seja, não querem furar o movimento — explica Hélvio Rech, presidente da Sesunipampa.

Hoje, o comando de greve se reúne com a reitoria da instituição. Além da reivindicação nacional, os docentes cobram a implantação de um restaurante universitário e de moradia para alunos de outras cidades.

UFSM — A greve dos docentes na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) deve começar nesta segunda-feira, mas muitos professores questionam a legitimidade do movimento, aprovado em assembleia com 110 de um total 1,7 mil educadores ligados à Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm). O presidente do sindicato, Rondon de Castro, garante que a decisão foi legítima:

— Tivemos 10% dos filiados da Sedufsm presentes na assembleia. Foi um bom quórum.

Rondon sustenta que somente a greve garantirá melhorias para a categoria. Entre as reivindicações do movimento, a busca de um  aumento salarial que atenda às demandas da categoria, o fim das perdas do plano de carreira e melhorias nas condições de trabalho.

FONTE: DIÁRIO DE SANTA MARIA

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