Os reitores das 59 universidades federais do país entregaram nesta semana ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, propostas para um novo plano de expansão para o setor.
O projeto, que prevê novos gastos da União de R$ 2 bilhões por ano até 2017, seria uma espécie de reedição do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni 2007-2012), que ajudou a ampliar a infraestrutura universitária, mais que dobrar o número de matrículas e contratar novos professores e funcionários.
Elaborado pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), o conjunto de propostas consta do documento "Programa de Expansão, Excelência e Internacionalização das Universidades Federais".
As maiores diferenças entre as sugestões dos reitores e o atual Reuni são a pulverização dos investimentos por vários ministérios e não só no MEC, o foco na parceria científica entre as universidades brasileiras e estrangeiras, a flexibilidade na criação de cursos e na adequação de currículos baseada nas necessidades estratégicas do país e a atenção à formação de professores para a educação básica.
"Com o Reuni, foram abertos alguns campi no interior. Além da contratação de professores, funcionários e gastos com obras, era preciso recursos para a construção e pavimentação de vias de acesso ou instalação de banda larga, alçadas que não pertencem ao MEC.
A ideia é ter outras áreas do governo participando, como o Ministério das Cidades ou Telecomunicações e dar mais eficiência ao gasto público", exemplifica Gustavo Balduíno, secretário-geral da Andifes.
O dirigente explica que os R$ 2 bilhões anuais para custear o novo programa representam valor semelhante aos investimentos do Reuni, equivalentes a 7,5% do orçamento estimado do ensino superior federal no primeiro ano de vigência (R$ 28,5 bilhões).
"O incremento orçamentário anual, a exemplo do que ocorreu no último quinquênio com o Reuni, agora poderá ser sustentado pelo crescimento do país e por novas fontes como o pré-sal. É viável", diz ele.
De acordo com a proposta da Andifes está prevista a dinamização da grade curricular. O documento menciona "modelos curriculares mais flexíveis e projetos pedagógicos que articulem efetivamente a graduação e a pós-graduação".
Balduíno sugere mudanças nos cursos de engenharia. "A primeira coisa é ter mais alunos participando de iniciações científicas, com o objetivo de criar uma elite do conhecimento para pesquisas e para o mercado. Outra coisa é modernizar os currículos. As engenharias no Brasil levam cinco anos; nos Estados Unidos, três ou quatro. E as pontes deles não caem, os foguetes deles continuam chegando no espaço", comenta.
O reforço das licenciaturas e a pós-graduação para professores da educação básica são outras medidas previstas.
Balduíno explica que, como 75% dos professores da educação básica são formados na rede de faculdades particulares, o objetivo do novo plano de expansão deve focar a qualificação desse público.
"Um dos problemas do ensino médio hoje é a má formação docente, por isso é importante concentrar os esforços nesse problema para que os alunos cheguem bem nas graduações".
O Ministério da Educação informou que o documento da Andifes está sendo avaliado.
FONTE: FOLHA.COM
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