Os professores mais uma vez sacudiram as principais escolas e universidades federais com a onda de mobilização que corre o país em defesa da educação e do direito à um salário e condições de trabalho dignas.
Apenas esse mês, foram dezenas as universidades que decretaram greve, estado de greve ou indicativo para os próximos dias. Até mesmo em aquelas ditas tradicionais, como a UFRJ, no Rio de Janeiro, viram estremecer as bases do governo e seus aliados em cada instituição com as reivindicações dos professores e técnico-admistrativos. Mas para entender esse fato "repentino" que sacudiu o país, é preciso voltar alguns meses no tempo.
Em 2011, indignados com a situação que o governo lhes imprimia, com umprojeto que congelava os salários e os concursos públicos por 10 anos, com seguidos cortes de verbas e projetos que sucateavam a educação, os professores cruzaram os braços dando um tipo superior de aula, durante os mais de 3 meses degreve nacional que envolveu a rede federal e a rede estadual em diversos estados.
Foi muita luta, resistindo às tentativas do governo de desmobilizar e desencorajar os professores. Mas se por um lado o governo tentava colocar a sociedade contra os professores, por outro, o que se viu foi justamente o contrário: os estudantes fizeram uma série de manifestações e declarações de apoio aos professores, as donas-de-casa, operários, camponeses e trabalhadores viram indignados os professores naquela que foi uma das maiores lutas da história rede federal.
Após a grande mobilização da categoria, o governo aceitou chegar a um acordo com os professores, que em linhas gerais consistia em um reajuste sobre o vencimento e as gratificações da categoria, que somava cerca de 4%. Parecia ser o resultado da luta enfim nas mãos dos trabalhadores.
Mas como diria Ernesto Che Guevara, no capitalismo "não podemos confiar um 'tantinho' assim". Não passou muito tempo, e a primeira controvérsia vem à tona: o governo, ao invés de lançar uma MP (Medida Provisória) com o que foi acordado com a categoria, lança um Projeto de Lei (PL). A diferença é que como medida provisória, o acordo entraria em vigor na data de sua publicação, e como projeto de lei, ainda deveria ser aprovada - se fosse - pela maioria do Senado e da Câmara, órgãos que são "burrocraticamente" incapazes de atender os professores com rapidez.
Não bastasse, após grande pressão das centrais sindicais exigindo a medida provisória, o governo tira o projeto de lei e no mesmo dia lança uma MP. Só que detalhe: totalmente diferente do que foi combinado com os trabalhadores quando do fim da greve. Isso mesmo, a presidenta Dilma, antes com um discurso demagogo e "apaziguador" agora traía os trabalhadores que com muita luta haviam conquistado o que lhes era direito.
Nesse cenário, e com anúncio de cortes e mais cortes para as áreas sociais, os trabalhadores sentem a necessidade de se organizarem para defender uma proposta que vá de acordo com os seus interesses e necessidades. Essa necessidade leva agora à, assembléia após assembléia, os professores aprovarem decisões cada vez mais ousadas e combativas na luta pela educação, pela categoria, e por salários que correspondam a importância que essa categoria tem na formação de uma nova sociedade.
É por isso, que a FENET declara seu apoio à greve dos professores da rede pública federal e convoca os Grêmios dessas escolas a organizarem debates e discussões e apoiarem a luta dos trabalhadores. Porque hoje, assim como a um ano atrás, torna-se atual e real a palavra de ordem puxada pela FENET entre os estudantes:
"O PROFESSOR É MEU AMIGO, MEXEU COM ELE MEXEU COMIGO!"
FONTE:
LEIA TAMBÉM: DECLARAÇÃO DA ANEL DE APOIO À GREVE DAS IFES
http://guebala.blogspot.com.br/2012/05/declaracao-da-anel-de-apoio-greve-das.html
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