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sábado, junho 09, 2012

George Lucas produz longa sobre pilotos negros na Segunda Guerra


‘Red Tails’, uma produção de US$ 58 milhões, aborda a saga dos aviadores afro-americanos



Inédito no Brasil, onde não tem estreia prevista, o épico bélico "Red tails", com Cuba Gooding Jr., Terrence Howard e mais uma leva de jovens atores negros, tem viajado pelo mundo no colo do homem que fez da franquia "Star Wars" uma máquina de fazer dinheiro: George Lucas.

— Este filme é um trabalho do meu coração. Como diretor, Hemingway teve um grande desempenho — disse Lucas ao apresentar a exibição hors-concours de "Red Tails" no 65 Festival de Cannes, encerrado no dia 27.Orçado em US$ 58 milhões, o longa-metragem, que recria a participação de pilotos afrodescendentes na Segunda Guerra Mundial, virou o brinquedo favorito de Lucas desde que ele anunciou sua aposentadoria ao "The New York Times", em janeiro. Anteontem, ele mandou o filme, que idealizou há duas décadas, para uma pré-estreia na Irlanda. E já está mapeando novas projeções fora dos EUA, onde a produção, dirigida por Anthony Hemingway, estreou há cinco meses, sem êxito de bilheteria, mas com boas críticas.

Na Croisette, onde o longa foi exibido numa sessão na praia, Lucas iniciou, sem alarde, uma estratégia para creditar o longa de Hemingway para o Oscar. Em Cannes, sobraram elogios às tomadas de batalhas filmadas nos céus da Croácia, da Eslovênia e da República Tcheca. Resenhas elogiosas também pipocaram na Inglaterra, onde o filme estreou há dois dias. Por isso, revistas e sites especializados em cinema falam que ele tem chances de ser relançado em solo americano em dezembro, em meio às apostas para a estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

É na Europa que Lucas espera credenciar "Red tails" como um filme de arte, o que vem dando certo, vide o entusiasmo dos resenhistas franceses com a produção, baseada na história real dos Tuskegee Airmen, a esquadra negra dos EUA que enfrentou os nazistas e o preconceito de soldados americanos brancos.

— Durante 20 anos, Lucas teve essa história nas mãos, mas nunca quis filmá-la, pois queria que ela fosse contada por um diretor negro. Mas era importante que o retrato daqueles pilotos fugisse de qualquer tom de vitimização social e pregasse a excelência, a bravura. Foi isso que eu ofereci a ele — disse Hemingway em entrevista ao GLOBO, em Cannes.

Diretor de séries de TV como "CSI: NY" e "True blood", Hemingway ocupou uma vaga que Lucas tentou preencher durante anos. Mas quando seu desejo de filmar a luta dos Tuskegee Airmen começou, Spike Lee estava no auge, pregando um cinema negro de guerrilha. 

Longe da escravidão

Nos anos 2000, Lucas ficou ocupado em finalizar a trilogia de "Star Wars" que narrava a origem do vilão Darth Vader. Quando se desocupou, em 2005, caiu no projeto de "Indiana Jones e o reino da Caveira de Cristal" (2008), de seu amigo Steven Spielberg, do qual foi argumentista e produtor. Terminado o trabalho, ele começou a caçar um realizador sem ideologias políticas, que topasse trabalhar com um elenco sem astros do porte de Denzel Washington, para facilitar a discussão sobre coletividade que queria.

— O cinema negro americano é muito preocupado em apontar diferentes formas de escravidão — avaliou Hemingway. — Nós, negros, temos outras histórias. Com o apoio de Lucas, eu fui atrás delas. Este é um filme de equipe.

FONTE: GLOBO.COM

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