MANIFESTO À POPULAÇÃO
A defesa do ensino público, gratuito e de qualidade expressa uma
exigência da população brasileira, que há tempos clama por serviços públicos de
qualidade e é também parte essencial da história dos movimentos sociais ligados
à educação. Vale lembrar que educação, saúde, segurança, transporte, entre
outros, são direitos de todos e dever do Estado.
Nas últimas semanas,
professores, técnico-administrativos e estudantes das Instituições Federais de Ensino
voltaram às ruas para cobrar dos governantes que cumpram seu papel e dediquem atenção,
de fato, às reais demandas sociais.
Os trabalhadores da
educação federal e estudantes estão em greve, porque estão conscientes de que é
imprescindível lutar em defesa das Instituições Federais de Ensino. As
negociações com o governo não avançam. No entanto, crescem a degradação das
condições de trabalho, ensino e a deterioração da infraestrutura oferecida nas
universidades, institutos e centros tecnológicos federais.
Os professores, técnicos e
estudantes defendem sim uma expansão, desde que exista qualidade. Não adianta
criar novas instituições sem oferecer as condições satisfatórias para que elas
funcionem.
A realidade vivenciada
pelos professores, técnicos e estudantes é muito diferente do que divulga a
propaganda oficial do governo federal. A cada começo de ano fica mais evidente
a precariedade de várias instituições federais de ensino, principalmente
naquelas em que ocorreu a expansão via
Reuni.
Faltam salas de aula,
laboratórios, restaurantes estudantis, bibliotecas, banheiros, saneamento básico
e em alguns lugares até papel higiênico. Ninguém deveria ser submetido a
trabalhar, a ensinar e aprender num ambiente assim.
Além disso, é necessário
também oferecer um plano de carreira, que valorize os professores e técnicos e
os incentivem a dedicar suas vidas a essas instituições, à construção do
conhecimento, aos projetos de pesquisa e de extensão. Só assim, é possível
oferecer educação com a qualidade que a população brasileira merece.
No entanto, o governo
federal vira as costas para os argumentos e propostas dos servidores públicos e
usa seguidamente o discurso da crise financeira internacional como
justificativa para não atender às reivindicações que são apresentadas pelos
movimentos sociais em defesa da educação.
Não faltam recursos, o que
falta é vontade política dos governantes. A verdadeira crise brasileira não é a
crise financeira, mas sim ausência de políticas públicas que atendam as
necessidades da população.
Priorizar a destinação dos
recursos públicos na lógica do setor empresarial financeirizado, como o governo
tem feito, causa impactos cada vez mais negativos nos serviços públicos.
Os professores, técnicos e
estudantes estão nas ruas para dar um novo rumo ao ensino federal e, para isso,
conclamam toda a população a fazer de 2012 um marco na história da educação
brasileira.
ENTIDADES
NACIONAIS DA EDUCAÇÃO FEDERAL
ANDES-SN/ FASUBRA/ SINASEFE
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