O governo federal cancelou a reunião do GT (Grupo de Trabalho) Carreira, prevista para ocorrer nesta terça-feira (19), porque não preparou uma proposta concreta para os docentes, conforme havia prometido na última reunião do GT com as entidades sindicais do setor da educação, realizada na terça-feira (12/6).
O secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SRT/MPOG), Sérgio Mendonça, ligou pessoalmente, na manhã desta segunda-feira (18), para a coordenação geral do Sinasefe e avisou que a proposta não está pronta porque todos os setores do governo estão envolvidos com a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20.
Na conversa via telefone com Mendonça, um dos coordenadores gerais do Sinasefe, David Lobão, aproveitou para manifestar preocupação com o posicionamento do governo de não se mostrar disposto a negociar com os docentes e não mencionar em nenhum momento a abertura da negociação com os técnico-administrativos. "Além de não ter a proposta para os docentes, Mendonça disse que, quanto aos técnico-administrativos, o governo nem sequer está pensando em chamá-los para a negociação", disse o sindicalista.
No encontro da semana passada, o governo havia condicionado a apresentação de uma proposta à suspensão da greve por 20 dias, mas as entidades rejeitaram a pressão e, ao final da negociação, os representantes da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu/MEC) e da SRT/MPOG comprometeram-se a apresentar uma proposta por escrito para as entidades representativas dos docentes nesta terça (19).
Expectativas
O acordo encheu as categorias da rede federal de ensino em greve de expectativas e chegou até mesmo a apresentar um novo calendário de negociações com a previsão de se construir uma solução para a greve até o dia 2 de julho. Acostumados a não cumprir acordos firmados durante as greves do serviço público, o governo novamente frustra a todas as entidades que esperavam fechar acordo nesta semana.
O não-cumprimento dos prazos estabelecidos durante a negociação tem sido uma constante por parte do governo. "De forma unilateral, ele havia cancelado reuniões anteriores e este procedimento só faz crescer ainda mais o tensionamento na greve", garante um dos coordenadores gerais do Sinasefe, Gutenberg Nascimento.
Na avaliação de Gutenberg, a educação deixou de ser há tempos uma prioridade e vem sendo tratada como um problema econômico por parte do governo federal. "Para nós, do Sinasefe, resolver o problema da educação federal é negociar com os docentes, com técnico-administrativos e com estudantes", afirma.
FONTE: SINASEFE
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