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terça-feira, junho 26, 2012

Nota da Oposição de Esquerda da UNE sobre a reunião da entidade com o Ministério da Educação


Direção Majoritária da UNE e Ministro da Educação Aloizio Mercadante de mãos dadas: não fala em nosso nome!

Nota da Oposição de Esquerda da UNE sobre a reunião da entidade com o Ministério da Educação


No dia 26 de Junho de 2012 se realizou na Esplanada dos Ministérios a manifestação da União Nacional dos Estudantes, convocada no 60º CONEG, sendo seguida de uma reunião convocada com o Ministério da Educação. O ato contou com a presença de cerca de 1.000 estudantes (secundaristas e universitários) e na reunião os Diretores da Executiva da UNE, as UEEs e representantes dos DCEs presentes, ao todo, cerca de 50 pessoas.

No dia 24 a noite, a reunião da Executiva da UNE discutiu o formato e a pauta a ser apresentada nessa reunião. As preocupações levantadas iam desde a necessidade de abertura de negociação do governo com os estudantes em greve, reforço da necessidade de negociação com os professores e técnicos-administrativos em greve, até a apresentação das pautas de cada universidade, especificando seus problemas de estrutura e assistência estudantil, que são os principais motivos da greve estudantil. Porém, antes do inicio da reunião com o MEC, fomos informados que os diretores da UNE que deveriam falar deveriam se sentir contemplado com as falas do presidente da entidade, já que se posicionariam contra a negociação com a UNE e sim com o Comando Nacional de Greve Estudantil - CNGE, pressionando o Ministro para abrir as negociações. A fala dos diretores da Oposição foi censurada!

A reunião com o MEC foi montada com um objetivo claro. Durante toda a fala dos representantes da UNE sequer foi citada a existência da greve nas universidades, nem tampouco o governo tocou no assunto. O palco para defesa e exaltação do projeto de educação do governo estava armado. O Ministro afirmou que era elitista e corporativista as reivindicações por qualidade no ensino dos estudantes, já que a expansão da universidade e os “investimentos” feitos pelos governos Lula e Dilma colocavam a educação superior em outro nível, ou seja, a educação superior não é prioridade para o governo. O surpreendente é que, em vez de vaias e de uma resposta incisiva dos estudantes, os estudantes presentes aplaudiram a fala do Ministro.

Hoje, aproximadamente 44 instituições estão em greve em todo país, com forte participação dos docentes e servidores, esses também em luta por melhores condições de ensino e trabalho. Longe de defenderem apenas pautas corporativistas, hoje o movimento nas Federais é resultado da resistência à uma política de expansão sem preocupação com a qualidade, expressa pelo REUNI.

A direção majoritária da UNE passou por cima da resolução aprovada pelos mais de 60 delegados eleitos na base das universidades, presentes na reunião do Comando Nacional de Greve – CNGE, do dia 18, no Rio de Janeiro, que dizia: “Quem fala em nome dos estudantes em greve são os estudantes em greve”. Também passou por cima da própria resolução da entidade sobre a condução da reunião com o MEC e de toda a história da entidade, no respeito a sua pluralidade e democracia interna.

A direção majoritária da UNE (PCdoB/PT) tem que admitir que devido a sua postura e política governista, todas as greves estudantis passam por fora da sua vontade e por fora de seu controle. Por isso mesmo a majoritária tem que fazer o que faz a Oposição de Esquerda da UNE: se vincular e ser parte real das greves em cada universidade entendendo que só este movimento, genuinamente de base, é que pode ter legitimidade para falar ou negociar em nome dos estudantes grevistas. Em vez disso, a direção majoritária prefere criar espaços em que a UNE se sobreponha à manifestação dos estudantes, e faça coro a defesa do projeto da educação do governo contra todo o processo de mobilização das universidades, e mais uma vez coloca a entidade histórica dos estudantes a serviço de outros interesses, que não dos estudantes em greve.

Nós da Oposição de Esquerda repudiamos a postura da direção majoritária da UNE. A resposta dos estudantes em cada universidade será na intensificação das mobilizações, no fortalecimento do Comando Nacional de Greve e do seu calendário. No dia 28 de Junho, estaremos na porta das sedes do Banco Central, questionando a política econômica do governo, e no dia 03 de julho faremos atos em todos os estados e em várias cidades, tomando as ruas em manifestações unificadas com os demais setores que também estão em luta e em greve.

Se o governo se recusa a negociar com os estudantes em greve, os estudantes vão às ruas!

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