Craque
expressou pela 1ª vez sua opinião política sobre os protestos e revelou o
incômodo dos jogadores ao serem colocados como agentes do poder público
O
amistoso da seleção brasileira contra o Panamá, realizado na terça-feira, em
Goiânia, despertou um Neymar desconhecido do grande público. Não o craque
decisivo, que transformou as primeiras vaias do torcedor presente no Serra
Dourada em aplausos quando ele liderou o time com um gol, uma assistência e
dribles na goleada por 4 a 0. Quem surgiu pela primeira vez para os brasileiros
foi o cidadão Neymar, que revelou o seu sentimento sobre os protestos – houve
manifestação em frente ao hotel da equipe nacional – e refletiu o
descontentamento dos jogadores ao serem confundidos com parte do poder público.
"Sou
totalmente a favor de o povo se manifestar, buscar o seu direito. Eu sou do
povo, não vim de um berço de ouro ou de uma família rica. Batalhei muito para
chegar até aqui", disse o craque. "Só não concordo quando o povo se
manifesta e critica os jogadores. Nós não somos do governo, também buscamos um
Brasil melhor", arrematou.
Mesmo
com o peso da frase do camisa 10 logo após o fim do primeiro amistoso de
preparação para a Copa do Mundo, a repercussão nas redes sociais foi
praticamente irrelevante. Levantamento da consultoria Bites mostra que em 24
horas, até às 18h30 dessa quarta-feira, menos de 300 referências foram escritas
sobre a opinião política do atleta. No entanto, mais de 81.000 comentários
foram postados sobre o papel decisivo do jogador para a seleção brasileira
durante a partida.
Neymar
não é o primeiro a falar sobre a ligação entre as manifestações e a seleção
brasileira. Depois que a equipe foi recebida com vaias de professores em greve
quando desembarcaram no Rio de Janeiro no primeiro dia de preparação para o
torneio mundial, o coordenador-técnico Carlos Alberto Parreira disse que
ninguém é contra a seleção. Outros jogadores também foram questionados pelos
jornalistas em coletivas nessa primeira semana de treinos na Granja Comary, em
Teresópolis, mas todos foram evasivos. O camisa 10 não só falou pelos seus
colegas, como acertou a "distância regulamentar" entre o futebol e a
política.
FONTE: VEJA
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