O XXI CONFASUBRA (Congresso Nacional da Fasubra – Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) aconteceu de 11 a 15 de abril, em Poços de Caldas (MG), com participação de 1.076 delegados (as) vindos de todos os estados do Brasil.
O evento foi polarizado entre as posições do bloco de esquerda e a bancada governista. O congresso teve como ponto alto a votação da proposta apresentada pelos cutistas defendendo a refiliação da FASUBRA à CUT. Os governistas bem que tentaram, mas por maioria do plenário, os delegados e as delegadas, presentes ao XXI CONFASUBRA, mantiveram a desfiliação da federação à CUT.
O companheiro Doni, da direção nacional da entidade e militante da CSP-Conlutas, falou aos congressistas em defesa da manutenção da desfiliação: “Se no congresso passado defendemos a desfiliação dessa central chapa branca, porque apoiou a reforma da previdência de 2003 e esteve ausente nas lutas dos servidores federais contra o governo Lula, agora nossas razões são ainda maiores”, salientou.
Segundo o dirigente, a CUT nada fez para apoiar a luta dos servidores federais contra a aprovação do FUNPRESP e a EBSERH. “Ao contrário, os ex-dirigentes dessa central pelega, hoje parlamentares, votaram pela privatização da saúde e previdência do servidor federal. Ainda não derrotamos completamente o governismo em nossa federação, mas sua central entreguista, comprometida com o governo, os patrões e a burguesia, não passará em nosso congresso”, salientou.
Após as defesas, a decisão foi de manter a federação desfiliada da CUT com 534 congressistas votando contra a refiliação e 489 a favor.
Calendário de lutas aprovado no debate sobre o plano de ação
25/04 – Organizar a participação dos trabalhadores das Universidades no Dia Nacional de Luta com paralisação dos servidores;
30/04 - Data limite para o governo responder à pauta de reivindicações do Fórum Nacional das Entidades dos SPF;
09 e 10/05 - Paralisação Nacional com os eixos: reajuste emergencial (com negociação das pautas protocoladas no MEC e MPOG), elevação do piso salarial e aumento do auxílio alimentação, racionalização, aposentados e Anexo IV;
17/05 - Envio de Caravanas à Brasília;
30/05 - Data limite para encerramento das negociações da pauta específica com o Governo Federal.
CSP-Conlutas propõe unificação da esquerda e sai fortalecida na direção da FASUBRA
Desde o início, os delegados (as) da CSP-Conlutas defenderam a construção de um polo de oposição, unificando todas as forças de esquerda presentes no congresso para tentar derrotar o governismo. Um panfleto chamando a unidade foi apresentado aos congressistas com a proposta de uma chapa unificada para a Direção Nacional. A Frente Sindical BASE, composta por militantes da CSP-Conlutas, MES e Independentes, e o VAL (C-SOL, Intersindical e Independentes) tiveram acordo desde o início com essa unidade. Porém, havia resistência nos outros setores – Unidos pra Lutar e PSLivre. No final, a chapa unitária só foi fechada porque esses dois setores foram muito pressionados por suas bases, que exigiram de suas direções que compusessem a unidade com as outras forças.
Para o membro da CSP-Conlutas, Paulo Barela, presente no Congresso, essa foi uma vitória muito importante para a CSP-Conlutas, que se expressou na construção do maior bloco do congresso, uma vez que o governismo se dividiu em três chapas: duas cutistas, CSD e Tribo, e uma da CTB. Apesar de, na soma dos cargos, as três chapas governistas terem maioria, ou seja, 13 cargos, contra 11 do Bloco de Esquerda, na Coordenação Geral, o bloco ficou com duas vagas, enquanto que os governistas ficaram com apenas uma. Como a CSP-Conlutas era majoritária no BASE e essa frente teve o direito de escolher a terceira vaga na Coordenação Geral, foi eleito o companheiro Gibran, de Goiás, integrante da Central.
Segundo Gildean, “derrotamos o governismo na FASUBRA e nossa Central vai ocupar uma posição de destaque nessa direção”. Para ele, isso comprova que a política de unidade com todas as forças de esquerda em uma única chapa estava acertada. “Vamos viver um novo patamar na disputa política da direção da FASUBRA, com melhores perspectivas na base da categoria”, sintetizou.
A companheira Ivanilda, também da CSP-CONLUTAS, foi eleita na direção para desenvolver o trabalho na Secretaria da Mulher Trabalhadora. “O machismo infelizmente ainda é uma marca muito forte na Universidade Federal e a FASUBRA nunca conseguiu apresentar um projeto consequente para combatê-lo”, explicou. Ivanilda destacou ainda que a marca desta Secretaria será a construção de um projeto, no marco da luta de classes. “A luta da mulher pela sua emancipação e contra a opressão machista se combina com a luta contra as políticas dos governos burgueses e contra o capitalismo”, destacou.
Marcelino Rodrigues, que deixa a direção da entidade, avaliou que na gestão na direção da FASUBRA a Central encarou um duro embate com as correntes da CUT e CTB no qual a categoria foi chamada para lutar contra o governo. Rodrigues deu como exemplo a greve do ano passado na qual o embate contra a burocracia, sobretudo a cutista, continuaram muito duros, por isso, persiste a necessidade de aprofundar a organização dos técnicos administrativos para enfrentar o governo do mesmo modo. “Creio que os companheiros da CSP-CONLUTAS que assumem essa nova direção reúnem as condições e o comprometimento necessário para desenvolver a tarefa”, avaliou.
FONTE: CSP-CONLUTAS
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