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segunda-feira, janeiro 28, 2013

DOCENTES DA UFSM LAMENTAM A PERDA DE ALUNOS








Mais de 100 estudantes da universidade estão entre as vítimas

Momento de profunda tristeza tem sido marcado por solidariedade e afeto

Entre as mais de 230 pessoas vitimadas no incêndio ocorrido na boate Kiss em Santa Maria, na madrugada de sábado (26/1), estão 101 alunos da Universidade Federal de Santa Maria, principalmente dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Pedagogia, Tecnologia em Alimentos, Tecnologia em Agronegócio e Zootecnia. Mas em função da possibilidade de alguns nomes terem sido escritos na lista com grafia incorreta, pode haver mais estudantes da UFSM.

Entre a comunidade acadêmica o sentimento é de profunda tristeza, mas também de solidariedade e carinho com os familiares das vítimas e com os pacientes que seguem internados em hospitais. “Essa é a maior tragédia que a universidade já viveu. E é pior quando afeta nossa maior defesa, nosso capital humano, que são os estudantes. Estamos consternados. Agora é o momento de dar suporte para as famílias, para nossos docentes e técnico-administrativos em educação, mas, principalmente, para os nossos alunos que permanecem. Cada um vai ter uma perda, uma história para contar, e teremos que ter capacidade para assimilar todo esse processo. O retorno nunca será normal. Esperamos que essa tragédia possa servir como um marco para que nossos jovens tenham melhores condições de diversão”, declarou o Reitor da UFSM, Felipe Muller.

Igualmente consternada, a diretoria da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, se solidariza na dor de pais, familiares, amigos e comunidade acadêmica. “Dói o peito, pois sempre imaginamos que os filhos é que enterrarão os pais, mas o destino nos choca, nos surpreende. Os pais, como em uma guerra, voltaram a enterrar seus filhos. A morte é muito mais dolorosa quando é inesperada, nunca a esperamos de onde transborda a vida, da juventude. Existe uma ferida aberta que sangra e sangrará por muito tempo... um dia ficará uma cicatriz que nunca poderemos eliminar... Não estamos acostumados a perdas, principalmente de jovens que se iniciam na vida, com um futuro inestimável pela frente para eles, suas famílias e a sociedade. A triste lição é que devemos transformar essa sociedade e que nossa juventude possa buscar na cultura seu aprendizado e que a diversão seja a constante busca pelo conhecimento”, lamentou o presidente da Sedufsm e diretor do Andes-SN, Rondon de Castro.

No Centro de Ciências Rurais, um dos que reúne o maior número de alunos mortos na tragédia, o sentimento é de união para o seguimento das atividades a partir da próxima semana. “Perdemos alunos em muitos cursos do CCR. Em um primeiro momento a universidade se uniu para prestar apoio e informações à polícia para identificação dos estudantes, inclusive com dados do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DERCA). É também um momento de tentar dar consolo as famílias e apoiar os hospitalizados. É uma situação bastante difícil, todo Centro está bem sentido, o impacto foi muito forte. A partir de agora vamos trabalhar com ainda mais qualidade em homenagem a esses alunos. Fica um vazio, alguns pais perderam filhos únicos e outros, até mesmo irmãos. Mas precisamos manter a cabeça erguida, temos que continuar dando assistência aos doentes, auxiliando em transferências, enfim, prestando assessoria no que for necessário”, disse o diretor do Centro de Ciências Rurais da UFSM, Thomé Lovato.

O diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas, Rogério Koff, que também teve alunos vitimados, diz que espera respostas das investigações. “Nos só temos a lamentar a proporção de uma tragédia dessa natureza. Grande parte das vítimas eram da nossa instituição. O que nos resta é levar adiante, tentando dar apoio aos pais e familiares. E, numa segunda etapa, o que esperamos das autoridades é uma investigação e uma cobrança de responsabilidade sobre o que aconteceu”.

Adriele Manjabosco, membro da coordenação geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), fala em união. “Sabemos que nessas horas nos faltam palavras, foram muitos estudantes, muitos jovens cheios de sonhos vítimas de uma das maiores tragédias da história. Desejamos aos familiares e amigos muita força neste momento difícil, agora é hora de todos darmos as mãos, estudantes, professores, familiares e amigos”.

Nesta segunda-feira (28/1), a UFSM anunciou que irá prorrogar a suspensão das aulas até o dia 1º de fevereiro, no intuito de propiciar um período de reflexão e atividades voltadas ao amparo e solidariedade às famílias.

FONTE: SEDUFSM

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