Momento
de profunda tristeza tem sido marcado por solidariedade e afeto
Entre
as mais de 230 pessoas vitimadas no incêndio ocorrido na boate Kiss em Santa
Maria, na madrugada de sábado (26/1), estão 101 alunos da Universidade Federal
de Santa Maria, principalmente dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária,
Pedagogia, Tecnologia em Alimentos, Tecnologia em Agronegócio e Zootecnia. Mas
em função da possibilidade de alguns nomes terem sido escritos na lista com
grafia incorreta, pode haver mais estudantes da UFSM.
Entre
a comunidade acadêmica o sentimento é de profunda tristeza, mas também de
solidariedade e carinho com os familiares das vítimas e com os pacientes que
seguem internados em hospitais. “Essa é a maior tragédia que a universidade já
viveu. E é pior quando afeta nossa maior defesa, nosso capital humano, que são
os estudantes. Estamos consternados. Agora é o momento de dar suporte para as
famílias, para nossos docentes e técnico-administrativos em educação, mas,
principalmente, para os nossos alunos que permanecem. Cada um vai ter uma
perda, uma história para contar, e teremos que ter capacidade para assimilar
todo esse processo. O retorno nunca será normal. Esperamos que essa tragédia
possa servir como um marco para que nossos jovens tenham melhores condições de
diversão”, declarou o Reitor da UFSM, Felipe Muller.
Igualmente
consternada, a diretoria da Seção Sindical dos Docentes da UFSM, se solidariza
na dor de pais, familiares, amigos e comunidade acadêmica. “Dói o peito, pois
sempre imaginamos que os filhos é que enterrarão os pais, mas o destino nos
choca, nos surpreende. Os pais, como em uma guerra, voltaram a enterrar seus
filhos. A morte é muito mais dolorosa quando é inesperada, nunca a esperamos de
onde transborda a vida, da juventude. Existe uma ferida aberta que sangra e
sangrará por muito tempo... um dia ficará uma cicatriz que nunca poderemos
eliminar... Não estamos acostumados a perdas, principalmente de jovens que se
iniciam na vida, com um futuro inestimável pela frente para eles, suas famílias
e a sociedade. A triste lição é que devemos transformar essa sociedade e que
nossa juventude possa buscar na cultura seu aprendizado e que a diversão seja a
constante busca pelo conhecimento”, lamentou o presidente da Sedufsm e diretor
do Andes-SN, Rondon de Castro.
No
Centro de Ciências Rurais, um dos que reúne o maior número de alunos mortos na
tragédia, o sentimento é de união para o seguimento das atividades a partir da
próxima semana. “Perdemos alunos em muitos cursos do CCR. Em um primeiro
momento a universidade se uniu para prestar apoio e informações à polícia para
identificação dos estudantes, inclusive com dados do Departamento de Registro e
Controle Acadêmico (DERCA). É também um momento de tentar dar consolo as
famílias e apoiar os hospitalizados. É uma situação bastante difícil, todo
Centro está bem sentido, o impacto foi muito forte. A partir de agora vamos
trabalhar com ainda mais qualidade em homenagem a esses alunos. Fica um vazio,
alguns pais perderam filhos únicos e outros, até mesmo irmãos. Mas precisamos
manter a cabeça erguida, temos que continuar dando assistência aos doentes,
auxiliando em transferências, enfim, prestando assessoria no que for
necessário”, disse o diretor do Centro de Ciências Rurais da UFSM, Thomé
Lovato.
O
diretor do Centro de Ciências Sociais e Humanas, Rogério Koff, que também teve
alunos vitimados, diz que espera respostas das investigações. “Nos só temos a
lamentar a proporção de uma tragédia dessa natureza. Grande parte das vítimas
eram da nossa instituição. O que nos resta é levar adiante, tentando dar apoio
aos pais e familiares. E, numa segunda etapa, o que esperamos das autoridades é
uma investigação e uma cobrança de responsabilidade sobre o que aconteceu”.
Adriele
Manjabosco, membro da coordenação geral do Diretório Central dos Estudantes
(DCE), fala em união. “Sabemos que nessas horas nos faltam palavras, foram
muitos estudantes, muitos jovens cheios de sonhos vítimas de uma das maiores
tragédias da história. Desejamos aos familiares e amigos muita força neste
momento difícil, agora é hora de todos darmos as mãos, estudantes, professores,
familiares e amigos”.
Nesta
segunda-feira (28/1), a UFSM anunciou que irá prorrogar a suspensão das aulas
até o dia 1º de fevereiro, no intuito de propiciar um período de reflexão e
atividades voltadas ao amparo e solidariedade às famílias.
FONTE: SEDUFSM
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