A CSP-Conlutas respondeu a nota da Central Única dos
Trabalhadores – CUT – que tentava desqualificar a forte mobilização para a
Marcha a Brasília de 24 de abril. O Sinasefe, como entidade filiada à
CSP-Conlutas e integrante do movimento organizador da Marcha, lamenta tal
atitude da CUT, que ao invés de se unir a todas as lutas a serem levadas a
efeito pelas categorias de trabalhadores, intenciona, muito mais, em
separá-las.
Leia abaixo a nota da CSP-Conlutas, na qual justificou
que “luta para não perder” e não “para perder menos”, assim como convida os
cutistas a se unir as demais entidades sindicais em defesa das seguintes
bandeiras: pela anulação da Reforma da Previdência (incluindo o Fator
Previdenciário, Fórmula 85/95, Fórmula 95/105), contra o Acordo Coletivo
Especial, contra a EBSERH, dentre outras.
UNIDADE NA LUTA EM DEFESA
DOS DIREITOS E INTERESSES
DOS
TRABALHADORES
DIA 24 DE ABRIL VAMOS TODOS A BRASÍLIA
A direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
divulgou no dia hoje, para todos os sindicatos a ela filiados, nota assinada
pelo seu presidente e pelo secretário geral da entidade, na qual criticam a
CSP-Conlutas e a marcha a Brasília no dia 24 de abril que estamos organizando
juntamente com outras organizações. Afirma a nota que a nossa marcha teria como
objetivo atacar a CUT e que concorreria para enfraquecer mobilizações em curso,
chegando a afirmar que ao defender a anulação da reforma da previdência de
2003, a marcha estaria a serviço de interesses partidários e não dos
trabalhadores.
Não podemos falar por todas as entidades que estão
organizando a marcha, muitas delas, inclusive, filiadas à CUT. Mas não podemos
deixar de externar uma opinião da CSP-Conlutas acerca desta nota. Uma opinião
breve, pois ao contrário do que diz a nota dos companheiros, não estamos
envolvidos em uma disputa com a CUT. O que estamos fazendo, e é isto que
queremos continuar a fazer, é buscando unir todos os setores da nossa classe
que queiram lutar em defesa de suas reivindicações para, justamente, fortalecer
esta luta. Uma simples leitura do manifesto de convocação da marcha e da
plataforma política unitária da mesma não vai deixar lugar a dúvidas.
A luta pela anulação da reforma da previdência de 2003
– que foi aprovada na base da compra de votos de deputados e senadores no
Congresso Nacional – não tem, em nossa opinião, objetivo “meramente
político-partidário”. Trata-se da defesa dos direitos dos cerca de 8 milhões de
servidores públicos brasileiros que foram surrupiados com esta reforma.
Servidores, aliás, cuja ampla maioria é representada por sindicatos filiados à
CUT.
Talvez o interesse político-partidário esteja
justamente no oposto: não defender os interesses desses milhões de servidores
para defender dirigentes partidários envolvidos em denúncia de corrupção. Vamos
sim defender a anulação da reforma da previdência, nas ruas em Brasília dia 24,
nos locais de trabalho e, sim, também no STF, já que foi este tribunal que
estabeleceu a relação entre a aprovação da reforma em 2003 e a compra de votos
de parlamentares. Iremos a todos os lugares que for preciso para defender os
interesses da nossa classe.
Da mesma forma como temos uma opinião diferente da
direção da CUT quando esta faz acordo com o governo para trocar o Fator
Previdenciário pela Fórmula 85/95. Sabemos todos que esta fórmula mantém perdas
importantes para os trabalhadores, se comparada com a legislação anterior. Aprendemos em nossa história, aliás, comum a
muitos lutadores da CUT, que não lutamos para “perder menos”. Lutamos para não
perder. E seria muito positivo se tivéssemos toda a CUT lutando conosco contra
estes ataques à aposentadoria dos trabalhadores (Fator Previdenciário, Fórmula
85/95, Fórmula 95/105, etc.).
Também pensamos diferente dos dirigentes da CUT que
fazem a defesa do anteprojeto de lei que cria o ACE, pois em nossa opinião este
anteprojeto, se aprovado, levaria a mais flexibilização dos direitos dos
trabalhadores. E acreditamos que uma central que representa trabalhadores não
pode se calar ante o crime que este governo pratica contra a reforma agrária no
Brasil. Ocorre que a direção da CUT está colocando a defesa que faz do governo
e, consequentemente, da sua política econômica, acima da defesa dos direitos e
interesses dos trabalhadores.
No entanto, mesmo com todas estas diferenças com a
direção da CUT respeitamos o esforço dos companheiros com a marcha do dia 6 de
março, e em momento nenhum trabalhamos para desconstruí-la. Infelizmente não é
essa a compreensão dos dirigentes de uma das maiores centrais sindicais do
país. Ao invés de criticar o governo pelas políticas econômicas que tem
praticado e pelos prejuízos que esta política tem trazido aos trabalhadores,
criticam a mobilização dos trabalhadores que busca enfrentar esta política.
Por último, não podemos deixar de fazer duas afirmações
antes de terminar esta resposta: a primeira é que a construção da marcha está
firme e forte. E este processo vai se fortalecer ainda mais, com a participação
de mais e mais entidades e movimentos. Teremos em Brasília dezenas de milhares
de trabalhadores protestando e defendendo suas reivindicações no dia 24 de
abril.
A segunda é que seguimos firmes na defesa da unidade de
todos na luta. Frente à nota da direção da CUT reafirmamos que queremos todos
juntos na luta dia 24 de abril nas ruas de Brasília. Para além dos setores da
CUT que já estão participando da construção da marcha, seria muito bom se toda
a central, inclusive a sua direção, também o fizesse. Estaríamos mais fortes
ainda para defender os interesses dos trabalhadores brasileiros. E serão todos
muito bem vindos.
EM DEFESA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES!
CONTRA A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO FEDERAL!
TODOS A BRASÍLIA DIA 24 DE ABRIL!
São Paulo, 22 de março de 2013.
Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
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