Rondônia foi o estado com mais mortes
no meio rural; segundo entidade,
abusos estão relacionados a
“modelo de desenvolvimento em vigor”
A Amazônia Legal concentra a maior parte dos casos de assassinato, ameaças de morte e outros abusos no meio rural brasileiro ocorridos em 2012, aponta a última edição do caderno “Conflitos no Campo no Brasil”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta segunda-feira (22). Compreendida entre os estados da região Norte do país, parte do Maranhão e do Mato Grosso, a área contabiliza 21 dos 36 casos de morte decorrentes da violência no campo. O estudo está disponível para download no site da CPT ou também aqui.
No total de 1.364 episódios de disputa por terras, crises pela falta de água e ocorrências de trabalho escravo ou outras formas de violência, registrados no ano passado pelo relatório, cerca de 46% ocorreram dentro dos limites amazônicos. O estado que registrou o maior número de assassinatos foi Rondônia, com oito mortes. No Pará, que foi o recordista no ano anterior (2011) e o segundo com mais homicídios em 2012, a CPT aferiu seis vítimas. Ao todo foram 17 casos na região Norte.
“O modelo de desenvolvimento em vigor, sobretudo na Amazônia, se assenta sobre a violação dos direitos das pessoas e das comunidades”, aponta a CPT sobre a conjuntura do meio agrário brasileiro. A entidade se refere a danos causados a camponeses, indígenas, ribeirinhos e quilombolas por projetos de mineração, extração vegetal e megaempreendimentos, bem como a concentração de terras e os escassos avanços da reforma agrária no interior do país.
Entre alguns dos casos acompanhados no ano passado pela Repórter Brasil, e aos quais o estudo faz referência, estão as obras da usina de Belo Monte, o projeto do complexo de hidroelétricas no rio Tapajós, além das construções em Jirau e Santo Antônio. Segundo levantamento anterior da CPT, a região da Amazônia Legal também foi a que mais registrou casos da exploração de trabalho escravo no ano passado, com o correspondente a mais de um terço do total de estabelecimentos flagrados com o emprego desse tipo de mão de obra.
FONTE: REPÓRTER BRASIL
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