“A única diferença é que a caixirola pode ser usada para machucar”, diz
Naná Vasconcelos
Eleito por oito
vezes o melhor percussionista do mundo e ganhador de oito prêmios Grammys, o
pernambucano Naná Vasconcelos é uma autoridade mundial quando se fala em
percussão. Fui então perguntar o que ele achou da caxirola, o polêmico
instrumento “criado” por Carlinhos Brown e chancelado pelo Ministério dos
Esportes e pela Fifa como instrumento oficial das Copas das Confederações e do
Mundo.
“Não tem diferença
do caxixi. É um caxixi de plástico. Por isso, a sonoridade é um pouco mais
estridente. Mas a única diferença que eu vejo é que a caixirola, por ser feita
de um material mais duro, pode ser usada para machucar alguém”, disse o músico.
O percussionista
considera a caxirola um despropósito. “É fora do contexto da nossa forma de se
comportar em estádios de futebol. A gente celebra de uma maneira diferente”,
disse. “Vão gastar um dinheiro danado com isso para imitar a vuvuzela da Copa
passada. Mas a caxirola vai virar um objeto agressivo. A gente não precisa
disso”, disse.
Caxirola - O pequeno instrumento é feito do chamado plástico verde, gerado a partir
da borra da cana-de-açúcar. Distribuído pela multinacional The Marketing Store,
a expectativa é que sejam produzidas até 100 milhões de unidades. Cada uma será
vendida por R$29,90. No Mercado de São José, um caxixi, feito de palha
trançada, sai por menos de R$10.
FONTE: CAROLINA SANTOS/ DIÁRIO DE PERNAMBUCO
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