A Uneafro organiza, junto ao Círculo Palmarino, o Movimento Negro Unificado (MNU) e o Levante Popular da Juventude, uma jornada de atos contra a persistência do racismo e por políticas públicas de compensação.
A jornada está programada para acontecer neste fim de semana (11, 12) e na próxima terça-feira (14), na região central da cidade de São Paulo. A Uneafro é responsável pela organização de cursinho populares e núcleos de formação política direcionada à população da periferia e organiza a jornada próxima ao dia 13 de maio, Dia da Abolição, contra a abolição inacabada da escravidão.
Racismo
Um dos dirigentes da entidade, Douglas Belchior, afirma que "a abolição não é completa no Brasil, pois quando o povo negro passou a ter os direitos jurídicos garantidos, na prática tiveram esses direitos negados". Segundo ele, pode-se dizer que hoje o processo de integração do negro à sociedade brasileira é um processo ainda inacabado porque "os negros ainda são as maiores vítimas da violência, recebem menores salários ocupando os mesmos cargos que os brancos, e têm sempre os piores cargos".
Para o dirigente, é visível que a população negra foi marginalizada após o fim da escravidão. "Mais de 70% dos analfabetos e pobres do país são negros. A situação ainda está proxima da escravidão, por isso reparação histórica é um termo importante pra gente, e é isso que queremos, cotas, o fim do genocídio da população negra e medidas públicas pra incluir o negro na sociedade brasileira de fato."
Sábado
A jornada começa no sábado (11) com um ato que vai até a Praça da Sé a partir da concentração, com início às 13h em frente ao Sindicato dos Químicos de São Paulo, na rua Tamandaré, 348. As principais reivindicações são por políticas de reparação, como a política de cotas, pelo fim do racismo e pelo fim do genocídio da população negra.
Domingo
No domingo (12) acontece a "XVII Marcha Noturna Pela Democracia Racial – 125 anos da falsa abolição da escravatura" que terá o tema "Cotas sim, Genocídio não!". A concentração começa às 15h na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, à Rua do Carmo s/n, próximo da Praça da Sé. O local é historicamente conhecido por ser onde escravos rebeldes e condenados recebiam as últimas bênçãos antes de serem executados. A caminhada está marcada para começar às 18h e vai até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
Terça-Feira
Na terça-feira (14) acontece, às 9h na Praça da Sé, o ato "Luta das mães contra o genocídio da juventude negra pobre e periférica", que servirá para denunciar as mortes por PMs de jovens negros e reividicar, entre outros, indenização às famílias das vítimas e investigação dos grupos de extermínio que agem na periferia.
FONTE: DIÁRIO LIBERDADE
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