A
chance de ocorrer grandes manifestações populares durante a Copa do Mundo é
pequena. A afirmação, do diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, foi baseada em
pesquisa do instituto que revelou a queda no interesse da população pelas
manifestações populares de junho de 2013 até hoje. Pela mesma razão, o impacto
dos protestos nas eleições presidenciais de outubro também deve ser reduzido.
"Em
comparação com o que houve em 2013, o entusiasmo, a curiosidade e o apoio da
população aos protestos caíram. A percepção é de que teremos período de
manifestações menores. Tudo indica que durante a Copa do Mundo a chance de
manifestações é menor, de grupos menores, em uma ação mais organizada. Aquelas
grandes manifestações não devem acontecer", disse Coimbra.
Segundo
a amostragem, 50% da opinião pública brasileira tinha interesse em buscar mais
informações sobre o assunto em junho do ano passado, hoje a maioria das pessoas
se diz apenas "moderadamente interessada no assunto", com uma queda
no interesse para 20%.
"Esse
endosso da opinião pública às manifestações caiu a menos da metade de junho
para cá, o que está relacionado ao aumento da violência nas
manifestações", afirmou o diretor. A faixa da população que disse que foi
às ruas — 5% — se manteve estável de junho para cá.
Eleições
O
impacto das manifestações nas eleições também deve ser menor do que o esperado.
"Passamos em junho do ano passado de 2 milhões de posts sobre as
manifestações brasileiras em redes sociais, para um volume que é menos da
metade disto", observou Coimbra.
A
pesquisa mostrou que 33% das pessoas que se colocaram à favor das manifestações
declararam intenção de voto para a Dilma. Entre os que não concordam com os
protestos, a intenção dos votos para a Dilma são ainda maiores, 50%.
A
presidente tem maioria das intenções de voto entre a população que não
participou dos protestos, 40%. Mas entre os participantes de manifestações, ela
está praticamente empatada com Aécio Neves. "Os participantes das
manifestações são significativamente menos petistas", afirmou Coimbra.
A
maioria da população brasileira diz ter posicionamento político "de
centro", mas a maioria das pessoas que participaram dos protestos está
mais inclinada para "a direta".
A
amostragem do instituto revelou, ainda, que a participação nos protestos foi
mais alta no Sudeste, em especial no Rio de Janeiro. A população participante
das manifestações era de sua maioria jovem e com escolaridade média e alta, o
que, para Coimbra, não representa exata relação com a maioria da população
brasileira. "Não é um corte horizontal da população demográfica. O que se
vê é participação maior de pessoas na idade jovem nas manifestações, que é
maior do que seu peso na sociedade", explicou Coimbra.
Segundo
ele, as greves que estão ocorrendo nos últimos meses, como a dos garis em março
e dos rodoviários em maio, são basicamente sindicais, por reivindicações
específicas, e em nada tem a ver com o movimento dos protestos que começou no
ano passado.
FONTE: Elisa Soares | Valor ECONOMICO
Nenhum comentário:
Postar um comentário