Ministério Público (MP) pediu a preventiva do suspeito com
base em um laudo pericial
Dois anos e sete meses depois do
assassinato da adolescente Luana Ferraz Pepe, de 14 anos, a Justiça de Pelotas
decretou nesta segunda-feira (24) a prisão preventiva de um suposto envolvido
no crime. Com base em um laudo pericial, o Ministério Público (MP) pediu a
preventiva do suspeito, expedida pela 1ª Vara Criminal. L.C.P.S., 46 anos, foi
detido às 17h30min na rua Voluntários da Pátria, centro da cidade. Ele nega
envolvimento. Luana, segundo a perícia, teria sido estuprada e morta com golpes
na cabeça.
Um segundo mandado também foi
expedido nesta segunda, mas o suspeito não foi localizado. Representantes do MP
e da polícia preferiram aguardar por mais detalhes para se manifestar sobre o
suposto envolvimento dos suspeitos.
L.C.P.S. foi encaminhado ao Presídio
Regional de Pelotas (PRP), conforme consta na ocorrência registrada na
Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
Relembre
No dia 7 de maio de 2011, um sábado,
Luana saiu de casa, na rua Ramiro Barcellos, bairro Areal, em direção à escola
Monsenhor Queiroz - onde assistiria à palestra preparatória para uma Olimpíada
de Astronomia. Desde então ela nunca mais foi vista. A menina passou dez dias
desaparecida até seu corpo ter sido encontrado por guardadores de carro em um
terreno baldio no final da rua Argolo - próximo à avenida Juscelino Kubitschek.
Luana morreu em decorrência de traumatismo craniano.
FONTE: DIÁRIO POPULAR / Cíntia
Piegas
Segundo o MP, Luana ficou em cárcere
privado antes de morrer
Detalhes da investigação foram revelados durante coletiva à
imprensa
Dois anos e dez meses depois do crime que chocou a cidade
pela crueldade com que foi cometido, o caso Luana Pepe parece finalmente estar
perto do fim. Em coletiva à imprensa concedida na manhã de terça-feira (25),
representantes do Ministério Público (MP) e da Polícia Civil revelaram detalhes
do inquérito que levou à prisão de dois suspeitos.
Um fio de cabelo da adolescente estuprada e morta foi
encontrado na casa de L.C.P.S., 46 anos, e J.B.S., 38. O material levado à
perícia, e comparado com o de um irmão da vítima, fez com que a Justiça
determinasse a prisão preventiva da dupla - o que ocorreu segunda-feira.
L.C.P.S. foi preso às 17h30min na rua Voluntários da Pátria, na área central;
J.B.S., por volta das 19h30min, na Vila Castilho. Eles têm passagem pela
polícia por pequenos furtos e, segundo a Promotoria, são usuários de crack.
Embora neguem a autoria do crime, já estão no Presídio Regional de Pelotas
(PRP). Para a Promotoria, pelo menos neste momento, o assassinato de Luana está
elucidado.
Luana desapareceu de casa em uma manhã de sábado, 7 de maio
de 2011. Seu corpo foi encontrado por dois guardadores de carro dez dias
depois, em um terreno baldio no final da rua general Argolo, próximo à avenida
Juscelino Kubitschek. Os mesmos guardadores são apontados como autores do
crime.
A titular da Delegacia Regional da 18ª Região, Carla Kuhn, e
o promotor José Olavo Passos disseram que a principal pista que levou às
prisões foi o resultado dos exames de perícia. Depois de dois anos e dez meses,
as provas apontaram que fios do cabelo encontrados na casa onde os dois moravam
eram compatíveis com o do irmão da vítima (DNA mitocondrial). Em depoimento,
ambos afirmaram nunca terem tido contato com Luana - o que foi entendido pela
Promotoria como uma contradição que os colocou como os principais suspeitos.
Requintes de crueldade
Um detalhe chocante anunciado na coletiva foi de que a
estudante, que tinha 14 anos na época do crime, teria sido mantida em cárcere
privado e estuprada em uma casa durante uma semana. Depois de ser morta a
golpes na cabeça, a menina foi jogada em um banhado, onde permaneceu por três a
quatro dias. O estado de putrefação do cadáver prejudicou o trabalho de coleta
de provas para investigação.
O caso, considerado bastante extenso, teve quatro linhas de
investigação, nas quais vários suspeitos foram enumerados. O procedimento chegou
até a Justiça e foi devolvido ao MP para nova análise. Durante duas semanas, o
promotor Olavo Passos e sua equipe reviraram as páginas do inquérito produzido
pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Após descartar
todas as hipóteses antes levantadas sobre diferentes possíveis autores - com
direito até a suposto envolvimento de parentes de Luana - a Promotoria decidiu
por concluir a investigação. "Esta é a hora de fazermos a denúncia",
justificou o promotor.
De acordo com ele, o inquérito, composto de provas
indiciárias (onde a soma de dados resulta na culpa dos suspeitos), será
concluído apenas com a condenação dos suspeitos. “Se vão ser condenados, vai
depender do Tribunal de Júri. Caso outros nomes apareçam nas investigações,
vamos investigar”, admitiu Passos.
Na mesma proporção
O porta-voz da família Pepe quer que a justiça seja feita na
mesma proporção do crime que tirou a vida de sua filha. Fernando Pepe disse à
reportagem que nunca perdeu as esperanças de ver os culpados do assassinato de
Luana presos. “Mas a justiça tem que ser bem feita. Não adianta condená-los a
30 anos e depois de cumprir dez serem liberados por bom comportamento.”
Fernando admite ter ficado abalado com a suspeita de Luana
ter sido mantida em cárcere privado. Mas sua maior indignação - e diz acreditar
que o tempo não irá apagar - é ter sido apontado como provável suspeito ainda
no início das investigações. “Tive a minha imagem manchada. Fiquei um ano e
meio sem conseguir emprego.” Atualmente ele trabalha como porteiro de um clube
social. E, para suportar a dor da perda, diz que procura manter as boas
lembranças que guarda da filha.
FONTE: DIÁRIO POPULAR / Igor
de Campos com Cíntia Piegas
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