Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

quinta-feira, outubro 13, 2011

Brasil ano I: o recomeço









Ninguém vive 100 anos impunemente. O caminho tem flores e dores, alegrias e sofrimentos, risos e lágrimas. Viveu isso em algum momento? Ótimo, bem-vindo à raça humana. A descrição anterior vale para humanos e fontes geradoras de todos estes sentimentos, no caso específico dos brasileiros, o mundo multicolorido dos clubes de futebol.


Paixão, teu nome é torcida. Torcedor teu nome é paixão. Flores, dores, alegrias, sofrimentos, risos e lágrimas. Bandeiras agitadas, foguetes, gritos, silêncios, brigas, briguinhas, brigões e a Brigada Militar fizeram, fazem e farão o cenário do teu grande espetáculo. Nunca esquecendo a mãe do senhor árbitro e as mães de juízes ditos “esportivos” que se reúnem em colegiados, leitores convictos de acordos friamente legais, desprovidos de emoções.


É bom lembrar as Sete Pragas lançadas pelas torcidas, organizadas ou desorgarnizadas, grandes ou pequenas, barulhentas ou silenciosas, irmanadas no sofrimento pela meta não alcançada por dirigentes. Eles, os dirigentes, buscam sempre atingir a meta pretendida: vencer, ascender, crescer. Naturalmente, nem todos chegam a Xangrilá. É longo o caminho para retornar ao paraíso perdido.


Cada vez mais convenço-me que presidente de clube de futebol no Rio Grande do Sul, principalmente do interior e da nossa Zona Sul, em outra vida foi monge trapista. Todos eles, de todos os clubes, deveriam ser condecorados todas as segundas-feiras, independente do resultado do meio ou do fim de semana.


Para os que não alcançaram a meta ansiosamente esperada, recomendo matar no peito a bola bicuda, baixar na grama e levantar a cabeça para fazer bons lançamentos. Tá doendo? Vamos juntar os cacos e colocar Emplastro Sabiá nos hematomas.


Há 28 anos carrego comigo uma bandeira que me foi dada pelo João Antônio Lopes Garcia, o Jotagê, um dos grandes amigos que fiz na minha vida de jornalista. Ela é encarnada e preta, no centro traz o distintivo do Grêmio Esportivo Brasil, embaixo do qual se lê o seguinte: “Rumo à Libertadores”. Quem sabe qualquer dia desses?


Torcedor é assim. Aprende a fazer do limão uma limonada. Aos torcedores do G.E.B., a xavantada que vive amargos momentos, resta uma só alternativa: sacudir o mau-olhado, mandar pra longe os fluidos negativos e não esquecer aquele ditado: “Um dia é da caça e outro do caçador”. No momento, somos nós os “caçados”.


Vamos respirar um pouco, azeitar o nosso arco, preparar as nossas flechas e tão logo seja possível, flechaços neles... Não esqueçam: camarão que dorme na crista da onda, jacaré pega. Ou, como dizia Paulo Autran na peça Rei Lear, de William Shakespeare: “Não tá morto quem peleia”.
FONTE: diario popular / Por: Carlos Eduardo Behrensdorf, jornalista (Brasília, setembro 2011)

Nenhum comentário: