Uma instituição que desde que foi fundada, em abril de 1966, faz parte da rede de ensino médio e tecnológico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Assim é o Colégio Agrícola de Frederico Westphalen (CAFW). Entretanto, a partir da audiência pública ocorrida no dia 17 de outubro, mudanças estão no horizonte, que poderão levar o Colégio a migrar para um Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFET). O debate que aconteceu na escola teve a presença de mais de mil pessoas, chamadas a uma audiência pública em que participaram desde o reitor da UFSM, professor Felipe Müller, até deputados, representantes de diversas esferas de poder, e comunidades de mais de 60 municípios, interessados pelo futuro da instituição.
Conforme um professor ouvido pela SEDUFSM, a tendência é de que realmente o CAFW passe a ter uma estrutura de Instituto Federal. Atualmente, apesar da boa relação com a UFSM, o Colégio enfrenta adversidades comuns para quem está em uma estrutura isolada dentro de uma instituição que é majoritariamente destinada ao ensino superior. Por outro lado, há uma demanda de comunidades dos municípios que integram a chamada zona da produção (AMZOP), que foram ao governo federal, reivindicando que fosse instalado um IFET na região. A partir da migração para Instituto Federal, a reivindicação de municípios poderá ser atendida, pois será possível o estabelecimento de outros campi em cidades vizinhas.
Duas dúvidas importantes, contudo, estão na pauta dos debates. Primeiro, a que reitoria o IFET de Frederico Westphalen se vincularia. Uma possibilidade seria a vinculação à reitoria hoje instalada em Santa Maria, mas, que, segundo informações extra oficiais, pode ser deslocada para perto da capital. A outra possibilidade é um vínculo à reitoria do IFET de Bento Gonçalves. A segunda dúvida é, se a migração de uma subunidade da UFSM para o Instituto Federal representaria algum ônus para a universidade.
Durante a audiência pública, o reitor, professor Felipe Müller, salientou que a situação se trata de uma desvinculação da UFSM, e não uma criação. Destacou também que a Universidade tem dado plenas condições de funcionamento a todas as suas escolas vinculadas, como, por exemplo, o Colégio Agrícola. Müller colocou ainda que, em sua função de gestor, cabe mostrar os vários caminhos que podem ser seguidos e explicou a metodologia que deverá ser adotada caso a desvinculação ocorra.
Ressarcimento à UFSM
No que se refere às instalações ocupadas pelo CAFW – que são de propriedade da UFSM, o reitor disse que todo o investimento feito pelo REUNI (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) tem que ser ressarcido para a universidade, e que este valor este que pode chegar a 50 milhões de reais. “A desvinculação deve ser estudada. O patrimônio é da UFSM e algumas estruturas vão necessitar ser diferenciadas, pois as fontes de financiamento também são diferenciadas. Teria que existir essa negociação, que não é trivial e barata. Se mudar, a escola tem que buscar uma identidade nova, com novos investimentos e uma nova situação. Não é ser a favor ou contra, é apenas colocar os cenários”, enfatizou o reitor.
Durante o tempo reservado às intervenções, o diretor do CAFW, Fernando de Cristo, falou da trajetória do Colégio, na condição de escola vinculada à UFSM. Também destacou como foi o processo de surgimento desta mobilização dentro da instituição: “Tivemos uma demanda social inegável, que veio bater à nossa porta, e coube a nós, administração, promover junto aos servidores um debate interno, que já vinha ocorrendo em paralelo, dando a ele a maior transparência e participação democrática possível. A assembléia de servidores foi feita em um primeiro momento, analisando a ideia. Esta reflexão foi aceita, e aí foi criada uma comissão de estudos”.
Autoridades
A mesa oficial montada durante a audiência pública foi composta das seguintes autoridades: o reitor da Universidade Federal de Santa Maria, Felipe Martins Müller; o diretor do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, Fernando de Cristo; o prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso; o representante do Presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto; a reitora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Cláudia Schiedeck Soares de Souza; o representante dos Movimentos Sociais e da Comissão pró- Instituto, João Kosvoski; o deputado federal representando a Câmara dos Deputados, Dionilso Marcon; o prefeito de Taquaruçu do Sul e presidente da AMZOP, Mauro Sponchiado; a pró-reitora do Instituto Federal Farroupilha, Tanira Marinho Fabres; o secretário nacional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco; a coordenadora da 20ª CRE de Palmeira das Missões e representante do governador do estado, Idalina da Silva; e o pró-reitor de Ensino do Instituto Federal de Brasília, representando o Ministério da Educação, Nilton Nélio.
Fonte e fotos: Assessoria do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen
Edição: Fritz R. Nunes (SEDUFSM)
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