Uma controversa história de 15 anos culminou neste domingo (16) com a inauguração pelo primeiro presidente negro dos Estados Unidos do monumento a Martin Luther King Jr no Washington Mall, palco de seu discurso de 1963 "I Have a Dream" (eu tenho um sonho).
Ícone da luta pelos direitos civis, assassinado em 1968 aos 39 anos, Luther King é o primeiro líder negro a ganhar uma homenagem no Mall --até então um panteão de presidentes americanos: George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln e Franklyn Roosevelt.
"Por mais difíceis que sejam os tempos, sei que vamos superá-los", declarou Barack Obama, ao inaugurar o movimento com um discurso repleto de aparentes alusões a seus próprios percalços políticos em meio à crise econômica e à polarização partidária nos EUA.
"Para cada vitória, há reveses. Mesmo após ganhar o Prêmio Nobel da Paz, Luther King foi criticado por muitos", afirmou, sob aplausos. "Foi atacado por seu próprio povo, pelos que achavam que ele avançava rápido demais e pelos que achavam que ele avançava devagar demais."
A estátua de 9 metros, circundada por um jardim, foi parcialmente esculpida em um bloco de granito branco chinês, por chineses, sob o comando do artista Lei Yixin --críticos defendiam uma pedra e um artista local, preferencialmente negros.
Proposto pelo presidente Bill Clinton em 1996, o monumento foi repetidamente atrasado sob controvérsias indo do pagamento de direitos à família de Luther King à administração do memorial.
A inauguração marcada para 28 de agosto, aniversário do icônico discurso, foi adiada ante o risco de o furacão Irene atingir Washington --o que não ocorreu.
Hoje, sob sol, cerca de 50 mil pessoas compareceram à cerimônia, que incluiu discurso de líderes civis negros e da irmã de Luther King, além de shows de artistas como Aretha Franklyn.
FONTE: FOLHA.COM
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