A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) denunciou na quinta-feira que os cortes anunciados na Educação para 2012 pelo governo só poderão ser atingidos através do despedimento de docentes que fazem parte dos quadros das escolas.
"É mentira aquilo que tem sido dito pelo governo de que este corte brutal, violento, que vão fazer nos salários a partir de Janeiro, a acrescentar ao violento corte deste ano, é para evitar despedimentos”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
“Para poder fazer reduzir o orçamento desta forma, milhares e milhares de professores vão ficar fora do sistema de ensino no próximo ano, muitos deles dos quadros", acrescentou.
A Fenprof prevê que no próximo ano haverá menos 20 mil professores nas escolas públicas, "a acrescentar aos 12.500 que este ano também ficaram de fora".
"Este ano, as alterações curriculares prevêem uma poupança de 102 milhões de euros, duas vezes e meia mais. O que significa que para além dos professores de EVT [Educação Visual e Tecnológica, que passou a ter só um professor – antes eram dois] estão em causa os professores das línguas, da segunda língua que sai do básico, de História, de Geografia, com horas que são reduzidas... E se olharmos para a disciplina de História, por exemplo, quase não há professores contratados, portanto, o corte é em professores do quadro", afirmou Mário Nogueira.
Cortes da educação e ciência
O Ministério da Educação e Ciência vai cortar 864 milhões de euros de despesa em 2012, face à estimativa de 2011, de acordo com proposta de Orçamento para o próximo ano. Esta redução já inclui os resultados a ser obtidos com os cortes nos subsídios de férias e de Natal.
Segundo Mário Nogueira, os cortes no sector em 2011 e 2012 são o equivalente a 1% do PIB e "as escolas não vão ter dinheiro para se manter abertas até final do ano lectivo”, acusando o ministro Nuno Crato de "estar a fazer explodir o sistema educativo português e a escola pública".
Segundo António Nabarrete, do secretariado nacional da Fenprof, está no horizonte a possibilidade de o ministro avançar com a fusão das disciplinas de História e Geografia, com o fim do carácter obrigatório da segunda língua estrangeira ou até a redução de horas a Educação Física.
Recorde-se que em 2010 as despesas do Estado com a educação representavam 5% do PIB; agora passarão a apenas 3,8%. Na UE, a média é de 5,5%. Na Eslováquia, que estava no final do tabela, rondava os 4%.
FONTE: esquerda.net
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