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quinta-feira, março 29, 2012

Ministro se diz confiante sobre legado que a Copa deixará para o país


Aldo Rebelo participou de um debate na Câmara e rebateu as críticas do TCU em relação ao pós-Copa

Em debate na Câmara nesta quarta-feira, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, destacou a capacidade de o Brasil organizar a Copa e a Olimpíada e rebateu as críticas do Tribunal de Contas da União (TCU) quanto aos legados desses eventos para a população.

Aldo Rebelo, que participou de audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto, afirmou que a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 vão permitir que o Brasil explore suas potencialidades e supere as deficiências. O ministro admitiu que o País precisa melhorar, por exemplo, em relação aos serviços de telecomunicações, mas manifestou confiança e otimismo quanto aos legados de controle de gastos públicos, engenharia sustentável, infraestrutura e mobilidade urbana.

"Nós vamos investir não na Copa do Mundo, vamos investir em aeroportos, em VLT [veículo leve sobre trilhos], em metrô, em viadutos, em anéis viários, em obras de mobilidade urbana para 12 capitais e 12 estados. O investimento geral circula em torno de R$ 30 bilhões”, destacou.

Irritação com TCU
O ministro disse que as críticas às obras são bem-vindas, mas ressaltou que prefere separá-las das manifestações de "pessimismo, descrença e desconfiança". Ele demonstrou irritação com um relatório do Tribunal de Contas da União que questiona a utilidade dos estádios de Brasília, Cuiabá, Manaus e Natal após a Copa.

Aldo Rebelo não vê competência no TCU para chamar essas arenas de "elefantes brancos" nem para exigir legados para as áreas de saúde e educação. “O TCU tem a sua função de fiscalizar e nós respeitamos, mas o TCU julgar o que vai ser ou não elefante branco é absolutamente improcedente. Eu não vejo no TCU especialização e capacidade para fazer isso mais do que o governador, a empresa e o clube que organizaram a construção ou a reforma desses estádios. O TCU fez um estudo de viabilidade comercial daquele empreendimento? Não reconheço no TCU nenhuma legitimidade para tratar de questão de saúde em Copa do Mundo”, afirmou.

Postura altiva
Durante a audiência, o ministro do Esporte foi muito elogiado pela postura altiva diante da Fifa, sobretudo no caso Jérôme Valcke, o dirigente que recomendou um "chute no traseiro" do Brasil para acelerar os preparativos para a Copa.

No entanto, não faltaram críticas contundentes à organização do evento. O deputado Sílvio Costa (PTB-PE), por exemplo, falou das preocupações com a relação público-privada e com os legados da Copa. “Um negócio que tem Ricardo Teixeira e Joseph Blatter no meio não vai dar certo, sobretudo quando tem dinheiro no meio. Já está tudo errado. A turma de Brasília torce para o Flamengo, Vasco, Fluminense e não vai ninguém nos jogos daqui. Depois da Copa, o que vai ser feito desse estádio?”, questionou.

O deputado Romário (PSB-RJ), alertou para as diferenças entre os anúncios oficiais e a realidade. “Pelo que eu ouvi, nós realmente vamos ter a maior Copa de todos os tempos, mas quando vejo na prática, está longe de acontecer isso. É claro que vamos fazer uma Copa e acredito que todos os que sejam das classes A e B, não só brasileiros como turistas, saiam daqui impressionados, mas infelizmente as nossas classes C, D e E não vão ter oportunidade. A Copa é no Brasil, mas não é do povo brasileiro”, avaliou

Venda de bebidas
Sobre a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa, Rebelo afirmou que não se trata de jogar a responsabilidade para os estados. Ele avaliou que o projeto original enviado pelo Poder Executivo trata satisfatoriamente desse tema. “A nossa interpretação é que, suspendendo a proibição existente na lei nacional, essa suspensão alcança a legislação estadual”, disse.

FONTE:portal2014

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