Editoria de arte/Folhapress
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A ministra Miriam Belchior (Planejamento), negociadora do governo com o movimento grevista, promete para a próxima semana uma resposta final sobre o reajuste aos servidores federais.
Ela não antecipou detalhes sobre quais carreiras ainda poderiam ser contempladas nem sobre a extensão do benefício, se ele ocorrer.
A Folha apurou que apesar de integrantes do governo considerarem que não há dinheiro para conceder um reajuste unificado a todos os servidores, essa possibilidade não está descartada.
Se acatasse todas as reivindicações, a equipe econômica teria de desembolsar R$ 92 bilhões, o equivalente à metade da folha atual de pagamento e 2% do PIB (Produto Interno Bruto).
"É impossível. São duas vezes o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deste ano", comparou a ministra em conversa com a Folha.
Com categorias paradas há meses, o fato é que a presidente Dilma Rousseff tem diante de si uma das mais amplas greves em número de carreiras e áreas atingidas.
Nas contas dos grevistas, são quase 30 órgãos federais envolvidos. Não se sabe, porém, o número exato de funcionários parados porque os sindicatos e o governo dão números discrepantes.
Por causa de uma mudança legal -que exige que a definição de reajustes para o ano seguinte sejam fixadas até o último dia de agosto-, as reivindicações acabaram se concentrando nesses meses, ampliando a pressão e a sensação da gravidade.
GREVE CONCENTRADA
Antes da regra, afirma o governo, as greves eram diluídas ao longo do ano.
Por ordem da própria presidente, o governo decidiu endurecer. Para garantir o atendimento à população, tem recorrido à Justiça.
Anteontem, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conseguiu liminar determinando que 70% dos servidores trabalhem nas áreas essenciais -para, por exemplo, garantir a liberação de remédios importados.
O presidente do Sinagências, João Maria Medeiros, criticou a liminar. "Primeiro tiram a força da greve trocando servidores parados por funcionários estaduais. Agora essa liminar. Assim não terá greve."
Em greve desde 16 de julho, a paralisação atinge cerca de 70% dos servidores nas unidades estaduais e 60% na sede da agência, em Brasília.
FONTE: FOLHA.COM
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