No último ciclo olímpico, de 2009 a junho de
2012, o governo federal destinou R$ 6,2 bilhões ao esporte brasileiro, nas
manifestações de rendimento, educacional e de participação. Esses recursos
foram provenientes do Orçamento Geral da União (R$ 3,9 bilhões), Lei
Agnelo/Piva (R$ 578,3 milhões), Lei de Incentivo (R$ 523,4 milhões), Empresas
Estatais (R$ 771,3 milhões) e Timemania (R$ 390,9 milhões). Para este balanço
foi desconsiderado o exercício de 2008, quando ainda estavam sendo pagas
despesas referentes aos Jogos Panamericanos e à Olimpíada de Pequim.
Do total de verba pública para o esporte, as
modalidades olímpicas receberam R$ 1,4 bilhão no período analisado. Cerca de
10% deste valor, R$ 142,9 milhões, foram para as atividades paralímpicas.
A principal fonte de financiamento do esporte é o
Orçamento Geral da União, com R$ 3,9 bilhões. Neste valor está incluído todo
o dispêndio do Ministério do Esporte e parcelas afins de outras pastas. Por
exemplo, a da Defesa com a contratação de atletas para reforçar a equipe nos
Jogos Mundiais Militares que ainda são mantidos como oficiais das Forças
Armadas. Já o esporte de rendimento em geral, inclusive as modalidades
não-olímpicas (futevôlei, caratê, boliche etc.) foi contemplado com R$ 1,8
bilhão. Porém, para as modalidades olímpicas, especificamente, o
Orçamento Geral da União destinou R$ 120 milhões, enquanto as paralímpicas
receberam R$ 22,1 milhões. Os dados constam do SIAFI (Sistema Integrado de
Administração Financeira).
Outras fontes
A segunda principal fonte pública de
financiamento do esporte são os patrocínios das empresas estatais, com
investimento de R$ 771,3 milhões. Desse total, R$ 601,4 milhões foram para o
esporte de rendimento, inclusive o automobilismo, e R$ 509,3 milhões para as
modalidades olímpicas. O montante inclui o patrocínio da Eletrobrás ao Vasco
da Gama. O valor foi considerado, porque o futebol, mesmo com gestão própria
através da CBF, é esporte do calendário dos Jogos.
Outra fonte de recursos públicos, a terceira em
valor, é a Lei Agnelo Piva (n° 10.264/2001), que destina 2% das loterias
federais aos esportes olímpicos e paralímpicos. No último ciclo essa
participação foi de R$ 578,3 milhões. Para o desporto olímpico,
especificamente, foram destinados R$ 416,2 milhões, além de R$ 57,8 milhões
para o desporto escolar e R$ 28,9 para o universitário. Já o Comitê
Paralímpico Brasileiro recebeu R$ 75,2 milhões dessa Lei.
A quarta fonte mais relevante de verba pública é
a Lei de Incentivo, que registrou captação de R$ 523,4 milhões no período,
sendo R$ 374,8 para o rendimento. Esse valor contemplou projetos olímpicos de
R$ 324,4 milhões, e paralímpicos de R$ 7,4 milhões. A Confederação Brasileira
de Judô – quatro medalhas em Londres, sendo uma de ouro –, por exemplo,
captou R$ 1,8 milhão na Lei de Incentivo para o projeto “Eventos
Internacionais”. Outro exemplo de importância de aplicação dessa fonte é o
Minas Tênis Clube, tradicional clube de Belo Horizonte, que captou R$ 6,7
bilhões para o projeto “Formação de Atletas”.
Da mesma forma, no total da Lei de Incentivo
estão projetos de futebol, modalidade olímpica medalha de prata nos Jogos de
Londres. O São Paulo Futebol Clube é exemplo de utilização da Lei, ao captar
R$ 1,7 milhão para o projeto de “Formação de Atletas de Alta Performance e
Aprimoramento de Jovens Atletas”.
A quinta e última fonte de recursos públicos para
o esporte é a Timemania, loteria federal que destina 22% de sua arrecadação
ao abatimento das dívidas dos clubes de futebol para com a Receita Federal,
INSS e FGTS. Novamente o futebol, esporte olímpico, é beneficiado pela verba
oficial tendo recebido R$ 390,9 milhões entre 2009 e junho deste ano.
A evolução dos recursos federais para o esporte
Nos últimos nove anos, a partir da criação do
Ministério do Esporte em 2003, os recursos federais para o desporto cresceram
significativamente, ampliando sua participação no Orçamento Geral da União
(OGU) e no Produto Interno Bruto (PIB). Em 2003, o total pago pelo Ministério
do Esporte representou apenas 0,017% do OGU e 0,009% do PIB. Em 2011, os
percentuais passaram a ser de 0,051% (OGU) e 0,020% (PIB). Ao longo do
período considerado o maior valor anual despendido (R$ 1.238,1 milhões em
valores correntes) ocorreu em 2007, ano da realização dos Jogos
Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro. Em 2011, em valores correntes,
foram efetivamente pagos R$ 832,6 milhões. Em termos reais, de 2003 para 2011, o
orçamento da Pasta cresceu 3,5 vezes. Em valores constantes, o total pago em
2003 foi de R$ 246,7 milhões, enquanto em 2011 atingiu a R$ 864,2 milhões.
FONTE: CONTAS ABERTAS
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