Segundo a liderança
mais expressiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil, o
economista João Pedro Stédile, o programa do governo de conciliação de classes
"bateu no teto".
"A reforma agrária fixa o homem no campo e
desfaveliza o país."
É a ideia central, hoje, do discurso que, com perseverança, põe em prática há
35 anos, o fundador e uma das lideranças mais expressivas do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o economista gaúcho João Pedro Stédile,
de 61 anos.
Carismático, um dos
pensadores de raiz marxista e dos ativistas de esquerda mais importantes do
país, Stédile não hesita em dizer: "Perdeu-se
a oportunidade histórica de fazer a chamada reforma agrária clássica no
Brasil." Para ele, o importante agora é a luta resultante da aliança
entre os trabalhadores do campo e os da cidade - os que farão a reforma agrária
popular. E acrescenta: "A cidade
grande é o inferno em vida para o camponês, pois sobra para ele a favela e a
superexploração."
Segundo João Pedro Stédile, o programa do governo de
conciliação de classes "bateu no teto”.
Gaúcho nascido na
cidade de Lagoa Vermelha, região de agropecuária do nordeste do Rio Grande do
Sul, nesta entrevista exclusiva à Carta
Maior João Pedro relembra três datas seminais do MST, 17 de abril: o Dia
Nacional da Luta pela Reforma Agrária, o Dia Mundial da Luta Campesina e os 18
anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, quando 1500
trabalhadores rurais foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do estado
e 18 trabalhadores foram por ela assassinados. Privatizações de terras, de
acesso aos minérios – do subsolo do país -, de águas, fontes naturais, lençóis
freáticos, e até do ar da Amazónia estão na pauta da nossa conversa assim como
o tema do agronegócio: "A media é a arma para protegê-lo e aos seus
lucros," lembra o líder do MST.
Carta Maior: Quais
as mudanças nas ações do MST a partir deste ano?
Stédile: A reflexão coletiva no MST e na Via Campesina
Brasil
é a de que, no passado, estava posto um programa de reforma agrária que visava
resolver o problema de terra de trabalho, e ao mesmo tempo desenvolver as
forças produtivas, o mercado interno para a indústria nacional e assim
participava do processo de desenvolvimento nacional.
E a reforma agrária
clássica ficou nas calendas
Esse tipo de reforma agrária ficou conhecido como
reforma agrária clássica. Ele se realizava quando havia condições de uma
aliança tácita entre os camponeses que precisavam de terra e a burguesia
industrial, que precisava de mercado interno. No Brasil, chegámos mais próximo
dessa possibilidade na crise da década de 60 quando o governo Goulart apresentou um projeto de reforma agrária clássica,
que era também revolucionário para a época. Ele apresentou o projeto dia 13 de
março e caiu dia 1 de abril. Mais tarde, esse programa poderia ainda ter sido
implementado na redemocratização do país, no governo Tancredo, quando José Gomes da Silva, o nosso maior
especialista em reforma agrária clássica foi presidente do Incra. Ele preparou
um plano que previa assentar 1,4 milhões de famílias em quatro anos. Apresentou
ao Sarney dia 4 de outubro e caiu
dia 13 de outubro de 85. Quando Lula
chegou ao governo também imaginávamos que esse programa poderia ser
retomado. Mas aí o contexto económico e político já era outro. E a reforma
agrária clássica ficou nas calendas.
CM: A reforma
agrária clássica, então, não tem mais sentido aqui no Brasil? E o que é
projetado no lugar dela para que se cumpra, enfim, a justiça social e económica
no campo?
Como eu disse: a
reforma agrária clássica visava resolver a questão do trabalho no campo e o
desenvolvimento industrial com mercado interno. Nos tempos atuais, o que
hegemoniza o capitalismo é o capital financeiro e as empresas transnacionais
que controlam o mercado mundial de alimentos. Para essa classe dominante não interessa mais reforma agrária, de
nenhum tipo, pois eles não precisam de mercado interno, nem de camponeses, nem
de indústria nacional. E por isso estão implementando um novo modelo de
controle da produção agrícola pelo capital, que é o agronegócio.
Não interessa mais
reforma agrária clássica para a classe dominante atual. E ela está
inviabilizada para os camponeses. Então,
nós temos levantado a tese da necessidade de lutar por um novo tipo de reforma
agrária que chamamos de reforma agrária popular.
O agronegócio representa os interesses apenas dos
grandes proprietários de terra, do capital financeiro e das empresas
transnacionais.
Um modelo baseado na monocultura, em que cada fazenda se especializa num só produto
como soja, cana, pastagens ou eucalipto. (No
Brasil de agora, 80% de todas as terras se dedicam apenas a esses cinco
cultivos.) Em lugar de usar mão-de-obra eles fazem uso intensivo de
máquinas agrícolas e de venenos, ambos controlados pelas empresas
transnacionais. Destroem o meio ambiente, pois o único objetivo é o lucro
máximo. E estão completamente dependentes do capital financeiro, que adianta o
crédito para que comprem os matérias-primas das empresas transnacionais - e
assim se fecha o ciclo.
Meia dúzia de empresas fica com o lucro, e o povo fica
desempregado e com passivo ambiental, que já está afetando o clima até nas
cidades.
Por isso, não interessa mais reforma agrária clássica para a classe dominante
atual. E ela está inviabilizada para os camponeses. Então, nós temos levantado
a tese da necessidade de lutar por um novo tipo de reforma agrária que chamamos
de reforma agrária popular.
CM: O que você
chama de "reforma agrária popular"?
Diante dessa nova
realidade agrária, com o domínio do capital internacional e financeiro, fizemos
um intenso debate dentro do MST que envolveu toda nossa militância, nossa base,
intelectuais e professores, amigos, durante dois anos. E terminamos com a
realização do evento do VI Congresso Nacional há menos de dois meses, em
fevereiro deste ano onde aprovamos essa formulação da necessidade de uma
reforma agrária popular.
Reforma agrária popular porque agora ela precisa
atender não só as necessidades dos camponeses sem terra, que precisam
trabalhar. Mas as necessidades de todo o povo. E o povo precisa
de alimentos, alimentos sadios, sem venenos, precisa de emprego, precisa de
desenvolvimento da agroindústria, precisa de educação e cultura. Então, o nosso programa de reforma agrária
de novo tipo, parte da necessidade de democratização da propriedade da terra,
fixando limites, e propõe a reorganização da produção agrícola, priorizando a
produção de alimentos sem venenos. Para isso precisamos adotar e
universalizar uma nova matriz
tecnológica que é a agroecologia. E foi isso que pedimos ao Silvio Tendler
para mostrar em seu novo documentário, O veneno está na mesa 2.
Como é possível e necessária a matriz da agroecologia para produzir
alimentos sadios que beneficiam toda a população e evitam as enfermidades,
sobretudo o câncer, provocado pelos alimentos contaminados por agrotóxicos. O
Instituto Nacional do Câncer advertiu que, neste ano de 2014 teremos 526 mil
novos casos de cancro entre os brasileiros. A maior parte deles de mama e de
próstata. Precisamos uma reforma agrária
que valorize a vida no interior, gerando emprego para jovens. E para isso
propomos a implantação de milhares de pequenas agroindústrias na forma de
cooperativas que vão dar emprego a milhões de jovens que precisam estudar.
Propomos a democratização da educação para que todos tenham os mesmos direitos
e oportunidades sem sair do meio rural.
CM: Você tem
denunciado que nesse modelo do agronegócio privatiza-se até o ar. Como é isso?
De facto, entre as características desse novo modelo do
capital, é que este, agora mais poderoso, pois é dominado pelo capital
financeiro e pelas empresas transnacionais, quando chega à agricultura, e
procura se apropriar de todos os recursos naturais para tirar lucro máximo.
Em períodos de
crise capitalista no hemisfério norte, como o que estamos vivendo, essa
necessidade deles aumenta, pois a
apropriação privada dos recursos naturais seja terra, minérios, água, energia
elétrica, é fonte inesgotável de uma renda extraordinária, mais além da
exploração do trabalho. Pois os recursos estão na natureza, e eles, ao se
apropriarem desses recursos, colocam no mercado a preços bem acima do seu
valor, medido pelo custo de produção.
Para isso, desde a implantação da hegemonia do
neoliberalismo, foram impondo condicionamentos jurídicos, em todos os países do
mundo, sob orientação dos Estados Unidos e dos organismos internacionais a seu
serviço, como FMI, OMC, Banco Mundial, para garantir a propriedade privada
de bens da natureza. Então, pela lei de patentes (aprovada em 1995), eles agora podem ser donos das sementes.
Para isso fazem mudanças genéticas e dizem que é um novo ser vivo, transgénico,
produzido em laboratório. Privatizaram
as águas. Seja nos lençóis freáticos, seja nas fontes naturais.
Privatizaram o acesso aos minérios.
CM: As riquezas do
subsolo do país, propriedade da população e que deveriam estar a serviço do
povo não escaparam desse processo de espoliação.
O Brasil concedeu, nos últimos anos, sob a gestão da
velha Arena, que até hoje não largou a teta do Ministério de Minas e Energia,
mais de oito mil licenças de mineração no nosso subsolo para empresas privadas
que deveriam estar a serviço de todo povo. E agora, como você disse, estão
tentando privatizar o oxigénio produzido pelas florestas nativas. Medem pelo
GPS a quantidade de oxigénio produzido pelas florestas, emitem um documento que estabelece certo valor e isso se converte em
dólares como crédito de carbono que é vendido na Europa para as empresas
poluidoras se justificar e assim continuarem poluindo. Aqui, no Brasil, até a
empresa Natura está praticando isso.
CM: Como agem as
transnacionais dessa área no Brasil, hoje?
Para se ter uma
ideia, por outro lado, em termos de valores, da crise mundial de 2008 para cá entraram no Brasil mais de 200 mil
milhões de dólares que foram aplicados em recursos naturais. Somente no
setor sucroalcoleiro, que era propriedade da tradicional burguesia nacional, agora apenas três empresas transnacionais
(Cargill, ADM e Bungue) controlam mais de 50% de todo setor.
CM: Muito importante
você enfatizar estes temas: mudança de parâmetros da agricultura no país e uma
agricultura voltada para a produção de alimentos. Quais os novos parâmetros?
Nossa análise
coletiva considera que a organização da produção de alimentos e dos produtos agrícolas
tem que estar submetida a outros parâmetros.
Os capitalistas, com seu modelo do agronegócio, fundam sua ação baseados apenas
no paradigma da produção de mercadorias para o mercado mundial, na busca
incessante do lucro máximo, do aumento da produtividade do trabalho e da
produtividade física de cada palmo de terra.
Nós queremos reorganizá-la baseada em outros
parâmetros. Baseados na história da
civilização que sempre viu os alimentos como um bem - e não como mercadoria.
Visão de que todos os seres humanos têm direito a se alimentar. Na produção
agrícola em equilibro com a natureza, e não contra ela. E, sobretudo,
organizando a produção para dê trabalho para as pessoas, para que elas
tenham renda e possam viver em boas condições e felizes, no interior, sem cair
na ilusão de que somente serão felizes se vierem para a cidade grande. Cidade
grande é o inferno em vida para o camponês.Pois sobra para ele apenas a favela e a superexploração.
CM: Mas e a bancada
ruralista, com trânsito livre nos palácios de Brasília... e o agronegócio - não
aceitam esses parâmetros...
Claro, eles são os porta-vozes da classe dominante. Os
capitalistas, para manterem seus altos lucros no campo espoliam a natureza e
expulsam o povo do interior e se protegem num estado burguês, que é o estado
brasileiro.
Protegem-se fazendo leis apenas para
seus interesses, como fizeram nas mudanças do código florestal etc. Protegem-se com o seu poder judiciário
que é o poder ainda monárquico, que inviabiliza as desapropriações para reforma
agrária, que impede a legalização das terras indígenas e de quilombolas, que
impede inclusive as desapropriações das fazendas com trabalho escravo, como
determina a Constituição - mas que eles não cumprem.
E tudo isso é respaldado pelos media televisivos,
sobretudo a Globo, a Bandeirantes, SBT, que manipulam todos os dias o nosso
povo para lhes dizer que o agronegócio é a única solução. Que o agronegócio
é que sustenta o Brasil, quando é justamente o contrário. Os média são a arma ideológica para proteger o agronegócio e seus
lucros.
CM: Como se dará a
mudança do foco das ações, deslocado para o urbano? Como é esta aliança do MST
com as cidades?
O nosso programa de reforma agrária popular implica
agora em envolver todo o povo, pois ela não interessa apenas aos sem-terra. E, portanto, temos
que explicar ao povo, à classe trabalhadora que a reforma agrária é necessária
para ele se alimentar melhor, de forma sadia, sem venenos. Que o programa de agroindústrias vai dar
emprego, que universalizar a educação no interior vai gerar milhões de empregos
para educadores etc.
Esta aliança vai se fazendo através da construção de
uma consciência coletiva de todas as classes trabalhadoras. Por um plano de
lutas conjunto que envolva a todos na luta por mudanças sociais. E, sobretudo, num programa político de
mudanças para o país que unifica todos os setores da classe trabalhadora da
cidade e do campo.
Tudo isso leva
tempo, exige energias, mas é o caminho para construirmos verdadeiras mudanças
na cidade e na agricultura. Para isso teremos
que travar muitas batalhas, passar por muitos "pedágios" que a classe
dominante vai nos impor.
CM: E as cidades? A
cidade virou um grande negócio que alija os mais pobres cada vez mais para os
seus confins. Mas como mudar isto?
Os territórios urbanos, as cidades e suas periferias
também estão sendo vitimas desse modelo do grande capital que igualmente quer a
renda extraordinária nas cidades, conquistada através da especulação sobre os
preços dos prédios, dos terrenos, dos espaços urbanos. A diferença entre
o valor real de uma casa, de uma praça, de um prédio, e o preço de mercado, que
eles impõem, é que representa a renda da qual eles se apropriam e que toda
sociedade acaba pagando.
Pior, os trabalhadores acabam sendo expulsos para as
periferias de uma maneira permanente, e ali os transportes públicos não chegam.
Ou foram privatizados. Ou são caríssimos. Por isso, a bandeira de luta de
tarifa zero para os transportes públicos em todas as grandes cidades é mais do
que justo e é necessária.
A par de tudo isso,
como tem defendido nossa querida professora Ermínia Maricato, somente uma
grande reforma urbana que devolva ao povo o direito de usar a sua cidade. As cidades foram usurpadas do povo, e agora
pertencem apenas aos especuladores, aos bancos e à indústria automobilística.
CM: O mais recente
governo do PT foi decepcionante?
Os governos Lula e Dilma não foram governos do PT, nem
da classe trabalhadora. Foram governos de composição de classe, que gerou um
programa de governo do neodesenvolvimentismo, que se propunha a fazer a economia
crescer, distribuir renda e retomar o papel do estado suplantando o mercado
(dos tempos do neoliberalismo). Nesse
sentido eles cumpriram o programa, e nesse programa todas as classes ganharam
um pouco, sendo que, como diz o próprio Lula, os banqueiros foram os que mais
ganharam.
Mas esse programa e essa composição de classes, na
opinião dos movimentos sociais, bateram no teto. E agora já não
conseguem mais resolver os problemas fundamentais do povo que ainda padece com
falta de moradia digna, emprego qualificado, acesso à universidade, e
transporte público civilizado. As
manifestações do ano passado foram o sinal de que o modelo do
neodesenvolvimentismo chegou ao seu limite.
E como disse antes, espero que os setores organizados
da classe trabalhadora construam um programa unitário de mudanças, e retomem a
iniciativa das mobilizações de massa. Isso permitiria termos, no futuro,
governos também populares, que possam fazer as mudanças estruturais de que
precisamos. Por ora, os movimentos sociais de todo país construíram uma unidade
em torno da necessidade de uma reforma política que devolva ao povo a soberania
para escolher seus representantes.
Já que, no regime atual, as empresas sequestraram as
eleições. Veja: segundo o TSE, em torno de 2.262 empresas gastaram mais de 4,6
mil milhões de reais, nas últimas duas eleições sendo que 80% desses recursos
foram de apenas 117 empresas. Ou seja, o novo colégio eleitoral que decide quem
deve ser eleito, são essas 117 empresas que usam o dinheiro para elegê-los. Isso precisa
mudar, para salvar uma democracia frágil e precária. Então, a necessidade
urgente de uma reforma política. Para tanto, será necessário convocar uma
assembleia constituinte soberana (na forma de ser eleita) exclusiva para essas
mudanças.
CM: Mas a força do
MST está intacta - ou não? Vinte mil trabalhadores foram protestar defronte do
Planalto, dois meses atrás. Acabaram sendo recebidos pela Presidenta Dilma.
O MST é uma pequena parcela do conjunto das forças
populares do povo brasileiro. Nós temos procurado nos manter unidos, resistindo
à avalanche do capital e mantendo nossos projetos de mudança. Outros setores da
classe, influenciados pela pequena burguesia ou pelos média, foram derrotados
em seus projetos. Levamos nossos 15 mil militantes ao VI Congresso, como um
espaço de unidade e de celebração de nossa mística da mudança. Por isso, fomos
recebidos pela Presidenta, e apresentamos nossas ideias, sem ilusões. As mudanças não vêm de palácios; vêm das
ruas e de um povo consciente e organizado; sempre foi assim na historia da
humanidade. E nós vamos seguir esse caminho.
CM: Esta semana,
dia 17 de abril, mais uma vez é lembrada a data dos 18 anos do Massacre de
Eldorado dos Carajás, quando 1.500 trabalhadores sem terra foram brutalmente
agredidos pela Polícia Militar do Pará e 18 deles cruelmente assassinados por
agentes daquela PM. Como está a situação do processo de punição dos policiais
que participaram da ação criminosa? Como o MST está agindo sobre o assunto?
Nunca mais poderemos esquecer aquele 17 de abril de
1996, sendo presidente Fernando Henrique, quando a Polícia Militar do Pará,
financiada pela empresa Vale, assassinou cruelmente 19 companheiros nossos. Posteriormente,
outros dois vieram a falecer e há ainda até hoje 69 feridos, com sequelas
graves.
O processo judicial se arrasta até os nossos dias. Apenas os dois
comandantes foram condenados a mais de 200 anos de prisão. Porém apelaram, e
estão em prisão domiciliar num quartel da PM de Belém, em apartamentos com
todas as regalias de oficiais. Tradicionalmente, todos os anos repetimos, no mesmo local, um grande acampamento com a
nossa juventude do MST da regional amazónica, para que os nossos jovens não se
esqueçam, e ajudem a lutar por justiça e por reforma agrária.
Em todo Brasil vamos fazer manifestações, cultos
ecuménicos, e protestar perante o poder judiciário, que protege descaradamente
apenas os interesses dos ricos e fazendeiros do país. Entre as suas
reformas estruturais, o Brasil precisa de uma reforma do judiciário que
democratize e coloque esse poder sob controle da sociedade. Haja visto como se
comporta o imperador Joaquim Barbosa, com suas tropelias, megalomanias e
diárias em tempos de férias. Ainda bem que ele comprou um apartamento em Miami,
e imagino que seu sonho é ir morar lá...
Em todo mundo, nos
mais de cem países em que a Via Campesina está organizada haverá manifestações,
pois esse dia 17 de abril foi declarado
Dia Mundial da luta camponesa. E até aqui
no Brasil, envergonhado, no último ano de seu governo, FHC assinou um
decreto, declarando o dia 17 de abril,
Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Então, nesse dia, é até legal você
lutar pela reforma agrária.
FONTE: ESQUERDA NET / Entrevista feita por Léa Maria Aarão Reis para a Carta Maior
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