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terça-feira, dezembro 08, 2009

Com ajuda do governo, indústria automobilística segue “bombando”

Novembro foi o melhor de toda a história do setor

A indústria automobilística nacional teve o melhor mês de novembro da história. Foram vendidos 238.504 carros, o que representa um recorde nas vendas para o período, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Em relação a novembro de 2008, esse número significa um acréscimo de 41,5% em unidades comercializadas. Se for considerado todo o ano de 2009, já foram vendidos 2,8 milhões de veículos, também superando o resultado de todo ano passado em 8,5%.
A projeção oficial da Anfavea (associação das montadoras) é de crescimento de 6,4% nos emplacamentos neste ano ante 2008. O presidente da entidade, Jackson Schneider, já prevê que, em 2010, haverá aumento de 'um dígito' na quantidade de licenciamentos, o que levaria o setor ao quarto ano seguido de recorde nas vendas.

Presentão do governo Lula

O bom desempenho nas vendas deve-se, principalmente, ao empurrãozinho do governo Lula, que presenteou as montadoras com a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) durante este ano.
Entretanto, mesmo agora no final do ano, apesar de manter o discurso de que a crise acabou no país, o governo continua enchendo os bolsos dos empresários com novas isenções de impostos e anunciou uma nova rodada de isenções de IPI, incluindo novamente a indústria automobilística.
Para beneficiar os donos das montadoras, que estão batendo recorde de vendas, Lula vai manter a alíquota reduzida do IPI de 3% até março do ano que vem. A medida vai custar nada menos que R$ 1,3 bilhão.
Já para os trabalhadores, entretanto, o governo se negou a garantir estabilidade no emprego ou reduzir a jornada de trabalho para 36h e o “prêmio” tem vindo em forma de superexploração nas linhas de produção.
Quando estourou a crise econômica mundial, em 2008, as montadoras logo trataram de demitir funcionários. Em São José, a GM demitiu, em janeiro, 800 trabalhadores. A fórmula para garantir os lucros era a seguinte: aumentar o volume de produção com menor número de número de trabalhadores. O resultado foi óbvio: metalúrgicos lesionados e desgastados com o acelerado ritmo na fábrica.
Esta semana, a GM anunciou que espera alcançar, em 2009, um recorde histórico de vendas no Brasil. A previsão é fechar o ano com até 620 mil unidades vendidas. Se a previsão se confirmar, a GM passará a responder por 21,4% do mercado (antes da crise esse índice era de 17%).
Mesmo sem divulgar números, o presidente da GM no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, revelou à imprensa que a montadora encerrará o ano com lucratividade superior à da China e terá o melhor resultado do grupo no mundo. Segundo a Revista Autodata, a meta é produzir 1 milhão de veículos no país em 2012.
Para 2010, a GM deve realizar novos investimentos no Brasil, com o lançamento de dois novos veículos em São José dos Campos.
“A ampliação da linha de produção é bem-vinda, contanto que isso não signifique retirada de direitos nem superexploração dos trabalhadores. Ao contrário, a medida tem de resultar em novas contratações que é o que a fábrica está precisando”, afirma o presidente do Sindicato, Vivaldo Moreira Araújo.
Fonte: Sind. Metal. SJC



Não dá para acreditar: GM fala, de novo, em flexibilização de direitos

Após quebrar o acordo no ano passado, montadora vem de novo com papo furado de condicionar investimentos

Nesta semana, o presidente da GM, Jaime Ardila, afirmou, em coletiva à imprensa, que a montadora quer implantar o famigerado Banco de Horas na fábrica de São José, em troca de investimentos na planta.

Ardila disse aos jornalistas que já está negociando com o Sindicato. Isso não é verdade! Nenhuma negociação sobre flexibilização como condição para a produção de dois novos carros está sendo feita.
Mesmo porque, a empresa sabe que os metalúrgicos repudiam a retirada de direitos, como já ficou provado na grande luta ocorrida em 2008, quando a proposta de Banco de Horas foi derrotada pela categoria. Sem contar que a GM, depois de toda a campanha feita contra o Sindicato e os trabalhadores na época das 600 contratações, seis meses depois quebrou o acordo, demitindo os companheiros antes mesmo do final dos contratos.

Ataques aos direitos, não!


Ardila não divulgou o valor dos investimentos, mas disse que quer mais flexibilização da jornada, uma nova grade salarial (ou seja, reduzir salários) e incluir sábados extras.
“O Sindicato é totalmente favorável a novos investimentos e está pronto para qualquer negociação, desde que isso não implique em prejuízos aos trabalhadores”, afirmou o diretor do Sindicato, João Batista Arruda.

SEPAT debate superexploração na GM


Os trabalhadores da GM estão participando, esta semana, da Semana “Externa” de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SEPAT), organizada por cipeiros combativos e pelo Sindicato. Ao contrário da Sipat, organizada pela empresa, a SEPAT visa mostrar a realidade da exploração dentro da fábrica e denunciar situações como o ritmo acelerado e o assédio moral que hoje imperam na GM. Portanto, participe e fortaleça nossa luta por melhores condições de trabalho!

Fonte: Sind. Metal. SJC

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