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sábado, dezembro 12, 2009

"O POVO ESTÁ NA MERDA"

Lula usa palavrão em cerimônia do programa "Minha Casa, Minha Vida"


Ao discursar na cerimônia de assinatura de contratos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, em São Luís (MA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que nenhum outro governo do país investiu tanto em saneamento básico como o atual. O presidente ressaltou que as obras nos municípios tem que ser feitas para melhorar a vida da população, independentemente do partido do prefeito.

“Temos consciência de que estamos fazendo no Brasil o maior investimento da história deste país em saneamento básico, em todas as cidades brasileiras. Eu não quero saber se o João Castelo é do PSDB, eu não quero saber se o outro é do PFL [atual DEM], não quero saber se é do PT. Quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto”, discursou Lula.

O próprio presidente reconheceu que havia falado um palavrão e adiantou que seu ato falho saíra na imprensa . “É lógico que eu falei um palavrão aqui. Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência de que eles falam mais palavrão do que eu todos os dias e tenho consciência de como é que vive o povo pobre deste país. E é por isso que queremos mudar a história deste país. Mudar a história deste país não é escrever um novo livro. É escrever, na verdade, uma nova história deste país, incluindo os pobres como cidadãos brasileiros”, argumentou.

Lula acrescentou que é preciso investir em educação e dar atenção aos pobres para que eles tenham condições de conseguir bons empregos. "É ironia do destino, exatamente eu, que não tenho diploma universitário, vou passar para a história do Brasil como o presidente que mais investiu em universidades neste país. É uma ironia, porque eu conheço gente que era da “fina flor” e que não fez uma, exatamente porque ele já tinha estudado e já tinha aprendido. Para que pobre aprender? Pobre? Pobre tem mais é que capinar. Pobre, se arrumar emprego de pedreiro já está bom. Isso é o que eles pensavam, mas não queremos que pobre seja apenas pedreiro. Queremos que ele seja engenheiro, queremos que ele seja médico, queremos que ele seja dentista. E é essa coisa que está mudando no Brasil”, disse Lula.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL



Desembolso com saneamento previsto no Orçamento chega a apenas 41,3% em sete anos


Em sete anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, apenas 41,3% dos recursos previstos no orçamento para saneamento foram de fato desembolsados pelo governo federal. Neste ano, dos R$ 3,1 bilhões previstos para a área, foi pago até esta semana R$ 1,35 bilhão. A quantia leva em consideração os restos a pagar, dinheiro prometido em anos anteriores, mas ainda não liberado efetivamente. O levantamento foi feito pelo site Contas Abertas e pela Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados.

Os gastos levantados pelo Correio não consideram, entretanto, os investimentos por meio de empréstimos bancários a estados e municípios, importante fonte de recurso para a área. Apesar dos avanços nos últimos anos, especialistas afirmam que ainda é pouco diante do cenário nacional. Isso porque 47,5% dos brasileiros não têm acesso ao serviço. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), a região Nordeste possui a maior quantidade de domicílios sem acesso a saneamento (45%).

A pesquisa, realizada em 2008, aponta que 6,7 milhões de domicílios na região não têm ligação com rede de esgoto ou fossa séptica - unidade de tratamento primário de esgoto. E foi no Nordeste, no estado do Maranhão, que o presidente Lula destacou os investimentos de seu governo na área. "Eu quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto", disse, na quinta-feira, em cerimônia de anúncio de contratos do programa Minha Casa, Minha Vida em São Luís. Ontem, o vice-presidente José Alencar defendeu o petista e disse que a fala demonstra a preocupação do presidente com a população carente.

Para o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, houve uma melhora significativa entre o cenário atual e o de 2003, primeiro ano do governo Lula. Mas, ainda assim, os recursos são limitados. "O setor de saneamento básico é, de longe, o mais carente de investimento entre todos os setores de infraestrutura", afirmou Godoy, por meio de assessoria. O presidente aponta ainda o impacto de investimentos na área sobre a saúde da população. "Bastou elevar os investimentos, principalmente nas regiões mais carentes, para percebermos melhora nas condições de saúde pública", conclui.

Qualidade
O avanço do acesso ao saneamento no Brasil, apontam especialistas ouvidos pelo Correio, se deve em parte à criação do próprio Ministério das Cidades, em 2003, e da Lei do Saneamento Básico, em vigor há dois anos. O documento determina a universalização dos serviços de abastecimento de água, coleta de lixo, rede de esgoto e drenagem de águas pluviais. "A qualidade do serviço de saneamento no Brasil é historicamente pior do que o acesso à coleta de lixo e abastecimento de água. E acaba avançando mais lentamente", afirma Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A FGV fez um estudo recente, em parceria com o instituto Trata Brasil, sobre a evolução do saneamento no Brasil e constatou que os avanços nos últimos dois anos foram fundamentais para o resultado positivo. Néri explica que, entre 2007 e 2008, o deficit do saneamento básico no país sofreu uma redução de 4,2% - entre 1992 e 2006, o percentual foi de 1,38%. "Foram dois anos atípicos, mas acho que é cedo dizer que (o motivo) é o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Não é o PAC, pelo próprio cronograma das obras, embora ele tenha sido anunciado em janeiro de 2007", afirma o economista. O PAC Saneamento prevê investimentos de R$40 bilhões entre 2007 e 2010.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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