Uma confusão generalizada foi gerada no Camarote do Bloco Ilê Aiyê, no domingo de Carnaval, quando o DJ ganês Sankofa, que estava trabalhando no local, foi expulso porque discutiu com uma folia branca. O motivo, segundo o diretor do Ilê Aiyê, Macalé dos Santos, foi porque o DJ se recusou a parar de tocar quando a atração musical no trio elétrico estava passando e começou a ofender a foliã.
O DJ Sankofa, em entrevista ao Bahia Já, negou a versão. "Isso é uma grande mentira. Em nenhum momento quis competir com o som dos trios elétricos. Quando chegavam, eu anunciava a atração musical que estava vindo e parava o som. Uma senhora me chamou de ‘preto viado' várias vezes, porque ela não gostava da minha música africana, e ele só viu quando, depois de várias ofensas, revidei a chamando de ‘puta'", afirmou.
Após a briga, Macalé dos Santos, ainda deu um tapa em um morador da Liberdade, negro, que se solidarizou com o DJ que estava sendo expulso. Indignado, Sankofa desabafou se dizendo vítima de discriminação e preconceito ‘num bloco que a todo o momento se fala de democracia racial'.
Ele só ouviu só a versão dela. Esse Macalé dos Santos tinha a obrigação de ouvir as duas partes para depois tomar uma atitude. Ele puxou meu crachá, ainda no meu pescoço, quebrou e me colocou para fora. Fui expulso porque ela é branca e eu sou negro. Porque ela pagou para estar ali e eu estava trabalhando", esbravejou.
Macalé dos Santos nega ter ouvido qualquer insulto da foliã, disse que não sabe o nome dela, e declarou que tomaria atitude diferente se houvesse, de fato, racismo. "Ele perderia toda a razão e minha atitude seria outra. Ouvi ele chamando ela de ‘puta' três vezes e, para evitar uma confusão maior, coloquei ele para fora. Se ele tivesse chamado sua mãe desse nome o que você faria?", questionou.
O diretor do Ilê Aiyê explicou também que o DJ infringiu a norma do camarote de parar o som assim que a atração do trio chegasse. "É regra aqui. Ele não quis obedecer. Resolvi da melhor maneira possível e não fiz nada de errado", rebateu Macalé.
FONTE: JORNAL IROHIN
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