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domingo, fevereiro 28, 2010

DJ africano expulso do camarote do Ilê após discutir com foliã branca

Uma confusão generalizada foi gerada no Camarote do Bloco Ilê Aiyê, no domingo de Carnaval, quando o DJ ganês Sankofa, que estava trabalhando no local, foi expulso porque discutiu com uma folia branca. O motivo, segundo o diretor do Ilê Aiyê, Macalé dos Santos, foi porque o DJ se recusou a parar de tocar quando a atração musical no trio elétrico estava passando e começou a ofender a foliã.


O DJ Sankofa, em entrevista ao Bahia Já, negou a versão. "Isso é uma grande mentira. Em nenhum momento quis competir com o som dos trios elétricos. Quando chegavam, eu anunciava a atração musical que estava vindo e parava o som. Uma senhora me chamou de ‘preto viado' várias vezes, porque ela não gostava da minha música africana, e ele só viu quando, depois de várias ofensas, revidei a chamando de ‘puta'", afirmou.

Após a briga, Macalé dos Santos, ainda deu um tapa em um morador da Liberdade, negro, que se solidarizou com o DJ que estava sendo expulso. Indignado, Sankofa desabafou se dizendo vítima de discriminação e preconceito ‘num bloco que a todo o momento se fala de democracia racial'.

Ele só ouviu só a versão dela. Esse Macalé dos Santos tinha a obrigação de ouvir as duas partes para depois tomar uma atitude. Ele puxou meu crachá, ainda no meu pescoço, quebrou e me colocou para fora. Fui expulso porque ela é branca e eu sou negro. Porque ela pagou para estar ali e eu estava trabalhando", esbravejou.

Macalé dos Santos nega ter ouvido qualquer insulto da foliã, disse que não sabe o nome dela, e declarou que tomaria atitude diferente se houvesse, de fato, racismo. "Ele perderia toda a razão e minha atitude seria outra. Ouvi ele chamando ela de ‘puta' três vezes e, para evitar uma confusão maior, coloquei ele para fora. Se ele tivesse chamado sua mãe desse nome o que você faria?", questionou.


O diretor do Ilê Aiyê explicou também que o DJ infringiu a norma do camarote de parar o som assim que a atração do trio chegasse. "É regra aqui. Ele não quis obedecer. Resolvi da melhor maneira possível e não fiz nada de errado", rebateu Macalé.
FONTE: JORNAL IROHIN

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