Na Universidade Federal do Pará – UFPA, o medo da violência parece ser preocupação recorrente de toda a comunidade acadêmica. Banhado pelo Rio Guamá e encravado entre os dois bairros mais populosos e violentos de Belém (o Guamá e o Terra Firme), o campus universitário sofre com as desigualdades expressas no seu entorno.
“A situação era muito pior até a conclusão das obras de urbanização da Avenida Perimetral, inauguradas em janeiro do ano passado para facilitar o acesso dos turistas ao Fórum Social Mundial, realizado na cidade”, explica o agente de segurança Isaías dos Santos. Segundo ele, com a duplicação de parte da via e a construção do terminal de ônibus, muitas famílias foram retiradas da área. “Isso diminuiu a criminalidade”.
O agente de vigilância Alexandre de Assunção Lima concorda. “Dentro do campus, a violência está muito mais controlada. Já foi muito difícil, temíamos até pela nossa própria vida. Mas as obras e o reforço da segurança interna minimizaram o problema”, garante. De acordo com ele, as polícias têm dado suporte à instituição. “São dois postos instalados no entorno, além da a Delegacia de Polícia, remanejada para a região”.
Segundo ele, logo que as câmeras foram instaladas, a vigilância pode observar que a universidade era utilizada como ponto de distribuição de drogas entre traficantes e aviões. Também foram verificados muitos furtos e pequenas contravenções. E, claro, algumas ocorrências de sexo explícito, envolvendo, principalmente, estudantes. “No início, eles ficaram contra as câmeras, mas hoje já viram que elas só melhoram a situação”.
O coordenador lembra que a primeira fase do projeto, já concluída, consumiu R$ 560 mil. A segunda, que prevê a implantação de mais 20 câmeras nos campi Profissional, Saúde e Tecnológico, deverá chegar ao mesmo patamar. Trata-se do Projeto Anel de Olhar da UFPA, que prevê o cerco de todas as áreas externas dos campi.
Conforme o coordenador de Monitoramento, essas áreas exigem mais trabalho dos cerca de 68 agentes de vigilância e 25 seguranças terceirizados, que trabalham na universidade a cada turno. São áreas como o entorno do Restaurante Universitário – RU e a praça que fica entre a capela e o porto, onde canoeiros atracam para assaltar os transeuntes. Outra área perigosa é a da ponte de pedestres, essa sim já sob monitoramento.
Fonte: ANDES-SN
Nenhum comentário:
Postar um comentário