"O pragmatismo político é moeda corrente nas negociações que o partido faz para se cacifar como disputante do poder. Ele [o PT] corre o risco de passar de partido da transformação para partido da acomodação", afirmou.
Segundo Dutra, o escândalo do mensalão nivelou por baixo o partido na política nacional. "O mensalão revelou o grau de burocratização e centralização de decisões partidárias", disse o ex-governador, que na época da fundação do partido era presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
Dutra, que não será candidato este ano, avalia que a era pós-Lula não será fácil. No entanto, ele entende que o partido ainda tem tempo para se reciclar. Se não fizer isso, a outra opção, segundo ele, é "cair no pragmatismo puro e simples do ´toma lá dá cá` da política tradicional, sobrevivendo de pequenas conquistas institucionais".
O ex-governador conta que ajudou a fundar o PT por entender naquela época que os partidos existentes não representavam os interesses dos trabalhadores. "A minha expectativa era a que o partido transformasse a política e ajudasse a transformar para melhor a sociedade brasileira."
Parte do objetivo inicial do partido foi alcançada, segundo ele. "O PT ajudou a derrubar a ditadura militar e, no primeiro momento, contribuiu para qualificar a ação política nos espaços que foi conquistando pelo voto com seu programa e suas candidaturas", disse.
Além de governador do RS (1999-2003), Dutra foi prefeito de Porto Alegre (1988-1993), deputado constituinte e ministro das Cidades no primeiro governo Lula.
Formado em Letras, ele começou a carreira política no movimento sindical quando trabalhava como bancário. Dutra perdeu a eleição para o governo do Rio Grande do Sul três vezes-- 1982, 1994 e 2006.
FONTE:Folha Online
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