A última reforma ministerial do governo Lula, antes mesmo de acontecer, já começou a gerar reclamações da oposição. “É um governo a serviço da causa eleitoral. Esta na cara. Mas isso é condenável?”, pergunta o senador José Agripino Maia (DEM-RN). “O processo democrático pressupõe isso. A função publica é assim – a pessoa ocupa um cargo e depois é candidato. Mas é um pouco demais no governo Lula. O percentual de candidatos no governo é muito alto, a postura do alto escalão deixa claro isso”, completa.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) também vê problemas na grande mudança dos ministros antes da desincompatibilização. “O que mais prejudica na verdade não é só a reforma atual, mas aquele ministro agindo em função de projetos pessoais. O governo fica refém de interesses regionais”, diz. “No Maranhão, há muita propaganda do ministério das Minas e Energia, do ministro Edson Lobão, onde ele é candidato. O ministro Tarso Genro e suas viagens em jatos da FAB para o Rio Grande do Sul também mostram isso. A reforma atual, claro, gera uma quebra de continuidade. Mas é preciso olhar o todo – os três anos e meio”, afirma.
Para o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, a troca de ministros no governo Lula, em função das eleições, não pode ser considerada uma reforma ministerial. “É apenas uma substituição, não uma reforma por necessidade de mudança. E quanto mais natural ela for, melhor para o governo”, diz ele, que assume a direção do Partido dos Trabalhadores na segunda metade de fevereiro.
Dutra afirma que o caminho “natural” em alguns ministérios é a substituição pelo secretário-executivo, que já conhece a estrutura e o funcionamento da pasta. “Mas quem indica é o presidente, é ele quem decide”. Lula, inclusive, já declarou, no ano passado, ser favorável que os secretários-executivos assumam os ministérios cujos titulares serão candidatos neste ano.
FONTE: IG
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