A luta contra o racismo e a discriminação das diferenças está avançando na rede pública de ensino, principalmente depois da Lei 10639/03, mas ainda há muito a ser feito. Foi essa a principal conclusão da audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), com mediação da senadora Fátima Cleide (PT-RO), por requerimento do senador Paulo Paim (PT-RS).
Participaram do debate Leonor Franco de Araújo, coordenadora de Diversidade, Alfabetização e Educação Continuada do Ministério da Educação; Martvs Antônio Alves das Chagas, subsecretário de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; Paulo Vinicius Baptista da Silva, coordenador do grupo de trabalho Educação e Relações Raciais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação; e Renísia Cristina Garcia Filice, pesquisadora do grupo de pesquisa em Educação e Políticas Públicas: Gênero, Raça, Etnia e juventude.
Leonor Franco de Araújo mostrou como o Ministério da Educação está implantando a Lei 10639/03, que obriga a inclusão da cadeira de História e Cultura Afro-Brasileira e o debate sobre as lutas dos negros no Brasil em todas as escolas.Renísia Cristina disse que o esforço do Ministério não está sendo suficiente, pela ação descoordenada dos órgãos encarregados da tarefa e pela resistência de gestores de educação nas escolas.
Paulo Vinicius apresentou uma relação de livros que, desde 1950, mostram como a escola funciona como propagadora do racismo e de uma cultura que exclui o negro, o índio e o cigano no país. Martvs Antônio contou sobre sua experiência pessoal e a do filho, que supôs reconhecer-se na televisão, quando na verdade a imagem era de um menino negro em um filme canadense. E incluiu os próprios dicionários brasileiros como disseminadores de discriminação racial.
FONTE: AGÊNCIA SENADO
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