GM do Brasil quer impedir solidariedade ao Haiti
Montadora se nega a efetuar desconto autorizado por funcionários para doação ao povo haitiano
O terremoto que atingiu o Haiti há dois meses deixou cerca de 300 mil mortos e um rastro de destruição em um dos países mais pobres do mundo. As cenas de destruição emocionaram e trouxeram um grande sentimento de solidariedade internacional, que impulsionaram campanhas em várias partes do mundo para ajudar o povo haitiano.
A CONLUTAS e outras organizações vêm fazendo no Brasil uma grande campanha de solidariedade aos trabalhadores do Haiti. O objetivo é levar diretamente às organizações operárias e populares, como a Batay Oyvryie, o auxílio necessário para que este povo lutador possa, soberanamente, reconstruir seu país.
Ao mesmo tempo denunciamos a ocupação militar no país, mantida pela ONU sob o comando do Brasil, e exigimos a retirada das tropas brasileiras e dos outros países. Afinal, o Haiti não precisa de ocupação militar e sim de remédios, médicos, comida e recursos.
É como parte desta campanha, que já enviou mais de R$ 160 mil ao Haiti, que no dia 11 de fevereiro, os trabalhadores da GM de São José dos Campos aprovaram, em assembleias com mais de seis mil trabalhadores, a doação de 1% de seus salários, a ser descontado diretamente na folha de pagamento em uma única vez.
Esta histórica decisão de solidariedade internacional também aconteceu em várias outras empresas metalúrgicas da região e pode totalizar uma arrecadação superior a R$ 300 mil.
Entretanto, nesta semana, a direção da General Motors do Brasil informou ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região que não efetuará o desconto, apesar da decisão soberana dos trabalhadores.
A postura da multinacional norte-americana é inadmissível, vergonhosa. Acima de tudo, é totalmente antidemocrática indo contra os interesses dos trabalhadores e do povo haitiano.
No momento em que até mesmo empresas multinacionais dizem também estar fazendo “campanhas humanitárias” em prol do povo haitiano, a GM quer impedir a ajuda livremente decidida pelos seus funcionários. Vale ressaltar que a montadora é hoje controlada majoritariamente pelo governo Obama, que enviou milhares de soldados ao Haiti após o terremoto, intensificando a ocupação militar.
Não há nenhum empecilho para a efetivação deste desconto, afinal, em diversas ocasiões são feitos descontos sindicais ou de outra espécie diretamente na folha de pagamento, sem nenhuma dificuldade técnica para isso.
A postura da GM merece ser repudiada por todas as organizações e personalidades democráticas, sindicais e populares do país e do mundo.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a CONLUTAS continuarão exigindo que a empresa respeite a decisão dos trabalhadores e o povo do Haiti, efetuando o desconto.
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