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segunda-feira, março 29, 2010

Elói será o novo ministro e Nogueira o Adjunto na SEPPIR





O secretário Adjunto Elói Ferreira de Araújo, 50 anos , será mesmo o novo ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), confirmando o anúncio feito há cerca de um mês pelo ministro, deputado Edson Santos, que deixa o cargo para disputar a reeleição em outubro.

Elói foi confirmado, contrariando a expectativa de lideranças do Movimento Negro do PT, que questionavam sua legitimidade para ocupar o cargo por que seria "um desconhecido" e pretendiam fazer chegar ao Presidente Lula, o apelo em favor da designação do atual secretário de Ações Afirmativas, Martvs Chagas.

O novo ministro participa na próxima quarta feira (31/03) às 11h, no Itamaraty, da posse coletiva que Lula dará aos novos ministros e, na quinta, 1º de abril, ocorre a transmissão oficial do cargo, às 14h no salão negro do Ministério da Justiça.

Afropress apurou que o novo secretário adjunto será o sociólogo João Carlos Nogueira, que ocupou a subsecretaria de Ações Afirmativas, na gestão da ex-ministra Matilde Ribeiro. O convite a Nogueira - que é de Santa Catarina - foi feito pelo próprio ministro Edson Santos, há cerca de um mês.

Santos não apenas deixa no cargo o seu secretário adjunto - e homem de confiança da equipe, assessor desde o período em que foi vereador no Rio - como também faz o secretário adjunto. Com a sua saída, também deixam a SEPPIR, o coordenador de Comunicação, Rafael Rodrigues, que retorna ao Rio. O nome do substituto de Rodrigues é mantido em sigilo.

Articulações

Lideranças do Movimento Negro do PT, em especial as ligadas à Secretarias de Combate ao Racismo de vários Estados, chegaram a se articular para fazer chegar ao Palácio o descontentamento pelo fato de que não teriam sido ouvidos na escolha.

Durante o 4º Congresso do Partido, em Brasília, essas lideranças esboçaram manifesto a ser entregue a Lula com apoio a Chagas, cujo nome se manteve forte com a saída de Matilde, desde que o Presidente, no ato de posse, pediu ao novo ministro que o mantivesse.

O manifesto acabou no esboço, o movimento foi abafado - inclusive porque lideranças de maior expressão preferiram o silêncio, entendendo "ser causa perdida ir contra a orientação do Palácio e ainda mais por um mandato tampão de oito meses". Sabe-se, porém, que cartas foram disparadas e chegaram até o chefe de gabinete Gilberto Carvalho.

Pragmatismo

Além de Martvs, que deverá ser mantido na Subsecretaria de Ações Afirmativas, também permanece o Subsecretário de Comunidades Tradicionais, Alexandro Reis, da UNEGRO (União de Negros pela Igualdade), articulação ligada ao PC do B. A UNEGRO, segundo observadores, vem se notabilizando pelo pragmatismo extremado, priorizando "acima de tudo", a manutenção dos cargos e espaços que ocupa no Governo.

Ficam também o Ouvidor, advogado Humberto Adami, e a chefe de gabinete, Sandra Cabral, próxima ao ex-ministro José Dirceu.

Segundo observadores políticos com trânsito na Esplanada, a posse de Elói e Nogueira representará a terceira vitória seguida de Edson Santos.

Para esses observadores, primeiro ele aceitou ir para a SEPPIR - que só passaria a ter status de Ministério na semana passada - sob a condição de se tornar ministro chefe, porque sem isso não poderia assumir o cargo preservando o mandato de deputado pelo Rio. Depois, de uma vez só, conseguiu a manutenção da equipe, fazendo prevalecer - mesmo questionado por setores do PT - a orientação do Presidente da República de manter nos cargos os secretários adjuntos.

Com a posse de Elói, a SEPPIR - criada pelo Governo para atender às demandas históricas do Movimento Negro - se mantém sob a direção política de quadros que, setores mais ortodoxos, consideram estranhos ao Movimento. Nas palavras de uma liderança negra paulista, que prefere manter seu nome em sigilo "o Movimento Negro perde importância e protagonismo no único espaço criado no Governo Lula, o que deverá ter reflexos, mesmo na hipótese de uma vitória da ministra Dilma Roussef".

Quem é

Elói foi torneiro mecânico, a exemplo de Lula, e logo após a fundação do Partido, em 1.981 se filiou ao Partido “encantado com o discurso de Lula e do PT”, segundo contou à Afropress.

Posteriormente, inspirado pelos pais lavradores, fez Zootecnia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Depois trabalhou na Assembléia Constituinte, foi chefe de Gabinete do deputado Edmilson Valentim, do PC do B, e em seguida chefe de gabinete do ministro Edson Santos, que por 20 anos exerceu mandatos de vereador na Câmara Municipal do Rio.

O novo ministro é também advogado tendo feito mestrado em Engenharia de Transporte na área de Regulamentação de Serviços Públicos.
FONTE: AFROPRESS

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