Dinheiro fácil, você pode pensar. Mas nenhuma das pessoas foi capaz de pegá-la, porque não recordava os mandamentos impostos pela instituição.
O resultado foi um alerta para Dix: na escola, os alunos respondiam a nada menos do que 38 regras. Provavelmente, poucos lembrariam quais seriam elas.
– Paul nos levantou a questão de que, se você não pode se lembrar das regras, como espera que as crianças as obedeçam? – disse o diretor-assistente, Mark Deacon.
A escola, que tem 1,1 mil alunos, procurou Dix em uma tentativa de mudar o que o diretor descreve como um problema com baixo nível de perturbação. Ninguém está arrastando mesas, mas isso não significa que não há um impacto grande.
– Há muito pouco comportamento horrível. Há muitas respostas mal-educadas. No fim, é o tipo de coisa que acaba levando um professor a um ataque de nervos.
Ele acredita que boa parte das escolas parou no passado, talvez com valores da década de 1970. Isso se reflete nos relatórios dos inspetores escolares, que dizem que o currículo não tem fôlego e que faltam desafios ao ensino. A direção do colégio decidiu que a mudança no comportamento, para ajudar os professores a se sentirem capazes de inventar e a correrem mais riscos na sala de aula, poderia ser uma contribuição significante para o fim dos problemas.
Líder em uma área em crescimento de consultores que vão a escolas para identificar tais problemas, Dix tem treinado professores a lidar com comportamentos difíceis, e passa um dia fazendo um workshop de interpretação com um grupo de alunos de 13 anos que os professores consideram particularmente desafiantes.
E, então, há as regras. No final, os professores as resumem em cinco instruções básicas. Elas podem ser vistas em cartazes nos corredores do prédio. Uma das principais mensagens é focada em permanecer calmo e sereno frente ao mau comportamento, em vez de dar elogios calorosos e elogios em outros momentos.
– A essência do treinamento que fazemos é tirar a emoção das situações difíceis. O que os professores normalmente fazem é gritar com os estudantes. Estamos tentando afastar os professores da ideia de que o que importa é ser o maior leão da selva. É preciso administrar de forma positiva. A forma de mudar a cultura ao redor do professor é ensinando os estudantes que, se ele for mal-educado, não vai conseguir a recompensa. Vai, na verdade, receber uma resposta fria e pouco emocional – afirma.
PARA REPARAR ERROS,
SURGE A PUNIÇÃO
Punições, começando com sentar longe do grupo por um minuto, devem ser usadas, deixando claro aos alunos a escolha entre agir da forma correta e o que acontecerá se não o fizerem. Dix junta os funcionários em pares e joga “tênis assertivo”, onde um finge ser um estudante desbocado e o outro finge ser um professor que tenta encontrar uma resposta que o faça ficar quieto. O exercício serve para ensiná-los a parar um pouco antes de responder de volta.
– O ponto que estamos tentando mostrar é a origem do mau comportamento. Não são problemas de criação, ou drogas, ou cobertura 24 horas da mídia. São as pessoas de saco cheio e desmotivadas – completa Dix.
Ele também apresenta um sistema alternativo de punições baseado em justiça reparadora. Em vez de deter os estudantes, eles participam de um discussão de “reparação” de 15 minutos sobre seus comportamentos com professores, concordando em como fazer as pazes e compensar o aprendizado. Se eles quebrarem o acordo, sofrerão sanções.
* Tradução: Pedro Moreira
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