Os cerca de 20 mil tutores e professores da Universidade Aberta do Brasil, principal programa do governo federal para formar professores da educação básica, não receberam nenhum pagamento neste ano.
Estão atrasadas as bolsas de janeiro e fevereiro. Nesta semana, entraram em greve tutores de dois cursos da Universidade Federal de Santa Catarina. Cerca de 400 alunos não conseguem tirar dúvidas e não têm os trabalhos corrigidos.
O programa oferece cursos a distância, numa parceria do governo Lula com as universidades. A bolsa dos tutores, que auxiliam os estudantes, é de R$ 600 ao mês. Os docentes, responsáveis pelo conteúdo das disciplinas, ganham de R$ 900 a R$ 1.200. O programa conta com cerca de 320 mil alunos.
O Ministério da Educação diz que o atraso ocorreu devido a dificuldades burocráticas --houve demora para a transferência de recursos entre órgãos do governo. O pagamento deve ser feito semana que vem.
"Qualquer atraso é ruim, porque pode trazer desestímulo aos profissionais", diz o diretor de Educação a Distância da Capes (órgão do MEC responsável pelo programa), Celso Costa. "Trabalhamos para regularizar a situação rapidamente."
Tutora da Universidade Federal de Santa Catarina, Camila Silva, 24, afirma que está dependendo do dinheiro dos pais para pagar o aluguel. "Tem colega meu que já está atrás de empréstimo no banco."
O diretor da Capes diz que o atraso não deve se repetir, pois todos procedimentos burocráticos da instituição passarão a ser feitos dentro da Capes, sem passar em outras instâncias.
Criada em 2006, a Universidade Aberta do Brasil oferece curso superior a professores da educação básica que não possuem diploma ou atuam fora de sua formação original.
Segundo o Ministério da Educação, faltam 246 mil professores no país; 300 mil não são formados na área que trabalham. Além de pedagogia e licenciatura, a Universidade Aberta do Brasil conta também com cursos como administração e biblioteconomia.
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