As principais universidades brasileiras perderam posições no último Webometrics Ranking of World Universities (lista das melhores universidades do mundo elaborada pelo Ministério da Educação da Espanha).
O ranking foi divulgado em janeiro de 2010. As três primeiras colocadas, entre as do Brasil, continuam sendo a USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), mas elas perderam, respectivamente, 15, 28 e 88 posições.
A USP é considerada a 53ª melhor do mundo. Mas em julho de 2009, a universidade ocupava a 38ª posição. A Unicamp desceu da 115ª posição, para a 143ª. Já a UFSC passou da 134ª para a 222ª.
O ranking é feito por um órgão de pesquisa do Ministério da Educação da Espanha. Ele é publicado duas vezes por ano, em janeiro e julho. São analisadas mais de 18 mil instituições de ensino superior e a lista das melhores contém 8.000 nomes.
A classificação leva em conta, principalmente, a visibilidade e o desempenho global da universidade, o que inclui a publicação de artigos e pesquisas - com qualidade - na internet.
As cinco melhores faculdades do mundo são: Universidade de Harvard (1ª), Massachusetts Institute of Technology (2ª), Universidade de Stanford (3ª), Universidade de Berkeley (4ª) e a Universidade Cornell (5ª).
Análise
Ronaldo Aloise Pilli, pró-reitor de pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), diz que esse índice não registra produção científica, mas a presença da universidade na internet.
- Nossa piora foi apenas na visibilidade. Tivemos melhora na quantidade de páginas, nos números de arquivos lançados na rede e no item que trata da produção científica e citações no Google Acadêmico. Nós ainda não temos uma análise completa sobre isso. Pode ser alguma coisa relacionada à metodologia na busca do site. Isso poderia explicar a queda.
O ranking leva em conta quatro aspectos: número de páginas da universidade, número de links externos que relacionam o domínio da instituição, o número de arquivos na rede e o número de publicações científicas na internet. Os três primeiros itens somam 85% da pontuação da faculdade.
- O ranking não pode ser descartado. Claro que temos de olhar com devida cautela. Mas ele tem problemas. A organização mesmo alerta que algumas universidades tentam fraudar o repositório de pesquisa, inflacionando a lista.
Débora Peres Menezes, pró-reitora de pesquisa e extensão da UFSC, diz que o ranking atual não mostra muita diferença com o que foi divulgado em janeiro de 2009:
- Como na classificação de seis meses atrás as universidades brasileiras subiram muitas posições, ela acabou tendo uma divulgação intensa. Não veja a classificação atual como reflexo de nenhum problema nacional.
Em janeiro de 2009, a USP ocupava a 87ª colocação, a Unicamp, a 159ª posição, e a UFSC, a 304ª.
A professora afirma que qualquer classificação, como a do Webometrics, baseada em dados momentâneos está sujeita a oscilações, “uma vez que depende apenas de 'fotografias' instantâneas e não de dados analisados de forma sistemática e estatística”. Ela não descarta, no entanto, a importância do ranking:
- O fato de usar a visibilidade das instituições nos mostra a importância de divulgarmos nossos programas de pós-graduação, as teses e dissertações produzidas, além, é claro, da produção bibliográfica institucional e dos trabalhos de extensão voltados à comunidade.
Para voltar a ganhar espaço na rede, a Unicamp pretende traduzir seu site para inglês e espanhol.
Procurada pelo R7 para comentar a queda de posições no ranking, a USP não respondeu até a publicação deste texto.
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