A Copa do Mundo que será realizada na África do Sul, em junho, é a oportunidade para que os países se unam no combate à discriminação racial, tendo como palco o local onde havia um regime de segregação, diz a alta comissária dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Navi Pillay. Para Pillay, é fundamental que os dirigentes esportivos aproveitem a realização dos jogos para defender o fim das diferenças raciais e das agressões.
Segundo a alta comissária, o papel do esporte é essencial no que ela chama de “luta” contra o racismo. “O papel do desporto na mudança de atitudes em relação ao racismo é potencialmente imenso especialmente em esportes como o futebol, que atraem grande e apaixonado público”, disse Pillay, nas comemorações do Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial, realizadas ontem (21).
De acordo com a alta comissária, o fato de a Copa ser realizada na África do Sul deve servir como exemplo pela história do país que viveu o regime de apartheid, que durou 42 anos, instituindo direitos e obrigações distintos para brancos e negros.
“O simbolismo da Copa do Mundo de 2010 que se realiza pela primeira vez em um estado africano e especialmente em um país que foi durante muitos anos sinônimo de racismo institucionalizado é importante”, disse Pillay.
Em seguida, Pillay acrescentou que o “racismo no esporte continua a ser um problema em muitos países e muitas modalidades [esportivas]. Eu apelo aos administradores esportivos em todos os lugares a seguir o exemplo de duas das autoridades do mundo de futebol, como a Fifa [Federação Internacional de Futebol] na elaboração de campanhas sérias para erradicar o racismo”.
A alta comissária da ONU lamentou que, apesar dos esforços, nos últimos anos, há registros de vários episódios de discriminação racial em estádios de futebol. “Nos últimos anos tem ocorrido uma série de incidentes vergonhosos nos estádios de futebol, quando os fãs de uma equipe de futebol agridem adversários utilizando o racismo”, disse ela.
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