Após um amplo debate democrático nos últimos seis meses, conferência regional indicou o companheiro Julio Flores para representar o partido na disputa de 2010
O apoio de 83% da população à forma de governar do presidente Lula demonstra o tamanho dos desafios que teremos para combater o projeto de conciliação de classes, que beneficia as grandes corporações empresariais e bancárias do país. Ao mesmo tempo, uma recente pesquisa divulgada indica uma tendência conjuntural dos gaúchos a votarem em José Serra, derrotando a candidata do PT no estado com uma grande margem de diferença. Dilma também apresenta a maior rejeição, mesmo numa pesquisa encomendada por um partido aliado do presidente Lula.
Nestas eleições, é necessária uma nova postura da esquerda classista e socialista para fazer a disputa programática. A defesa implacável do classismo e de um projeto socialista para o Brasil e para o RS deve ser o centro da campanha da esquerda revolucionária, para combater a falsa polarização entre PT e PSDB.
Além disso, aqui no Rio Grande do Sul, temos o desafio de impedir que os projetos (des)estruturantes defendidos pelo governo e pela base aliada na Assembléia Legislativa avancem. São projetos que estão a serviço da retirada de direitos dos servidores públicos, como os planos de carreira, para garantir o déficit zero, política que se baseia no corte de investimento nas áreas sociais. O choque de gestão do governo de Yeda Crusius (PSDB) é a continuidade do desmonte dos serviços públicos aplicado desde a gestão Britto.
A confirmação da candidatura de reeleição de Yeda coloca como desafio a luta para derrotar estes projetos nas ruas e nas eleições. Yeda representa o setor político mais nefasto do Estado, chefe de uma verdadeira quadrilha que tomou conta do Palácio Piratini e que hoje atua como se nada houvesse acontecido. Nem o Ministério Público Federal, poupou o seu governo em relação ao esquema de corrupção.
Já as candidaturas de José Fogaça, Tarso Genro, Beto Albuquerque e Luis Lara são a expressões diretas e distorcidas, da candidatura Dilma no RS. Ambos partidos compõem o Governo Federal e farão deste processo eleitoral uma disputa pelo loteamento de cargos na medida em que não existe uma nítida diferença programática entre ambos. A disputa Tarso x Fogaça, que a imprensa valoriza e dá destaque, não passa de uma falsa polarização eleitoral a serviço da recomposição da velha bipolaridade política no RS. E esquerda revolucionária do Estado, deve apresentar sua alternativa.
Sobre a coligação com o PSOL
O PSTU Gaúcho se coloca a disposição dos setores da esquerda classista e socialista para abrir um processo de negociação a cerca da unidade nas eleições. Mas afirmamos que não aceitamos que a esquerda socialista siga os mesmos passos do PT. Não defenderemos um programa de conciliação de classes e nem o financiamento privado de campanha eleitoral.
O PSOL pode ser um grande aliado nestas eleições para fortalecer um terceiro campo na disputa estadual. Um campo de oposição de esquerda ao governo Lula que defenda um projeto socialista. Mas até o momento a política de sua direção caminha em outro sentido. Quando o Psol decidiu abrir um processo de negociação com Marina Silva (PV), que é base do governo Lula, sinalizou o caminho que queria percorrer. A política defendida por Luciana Genro de aceitar o financiamento privado de sua campanha através da burguesia – Gerdau, Zaffari e Tauros – nas eleições de 2008 é outro divisor de águas.
A questão programática é o que deve definir acordo eleitoral. Em recente entrevista a um veiculo de comunicação o Vereador Pedro Ruas, pré-candidato do PSOL, defendeu que a existência das Parcerias Público-Privadas (PPP’s) não seria um problema, mas que o problema seria a gestão destas PPP’s, que deixa margem para os casos de corrupção, como no episódio que envolve o Instituto Sollus e o governo de Fogaça na capital. Certamente a militância do Psol não concorda com essa declaração.
Na relação entre empresas privadas e o poder público só as empresas são beneficiadas, aos trabalhadores resta a precarização dos serviços prestados e a desvalorização dos servidores públicos. É por isso que afirmamos que o maior empecilho para unidade da esquerda classista e socialista é o programa de governo defendido pelo Psol.
Apresentamos a pré-candidatura do companheiro Julio Flores a Governador do Estado, cuja trajetória é conhecida e reconhecida por grande parte da esquerda gaúcha. Um lutador que não abandonou a estratégia socialista.
Chamamos a todos(as) militantes e trabalhadores(as), que não esmoreceram diante de tantas lutas, a unir forças para fortalecer um projeto socialista para Rio Grande.
FONTE: OPINIÃO SOCIALISTA
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