Entre as dezenas de milhares de profissionais que trabalham na Copa do Mundo da África do Sul, 18 mil são diferenciados. Cumprem jornada de sete horas de trabalho, cinco dias por semana, mas não recebem nada por isso. Eles são, na verdade, voluntários que buscam no Mundial uma experiência profissional relevante para o currículo.
Eles estão em toda parte nas cidades-sede da Copa - ajudando torcedores a encontrar seus lugares nos estádios, dando informações nos arredores do centro de imprensa ou colaborando no transporte de turistas e convidados aos locais dos jogos. Em sua maioria sul-africanos, eles esperam que o serviço prestado os ajude a encontrar uma saída para o desemprego que atinge o país.
“Eu espero que isso conte para o meu futuro”, diz Alfred Mhalane, 26 anos, que faz parte dos 25% dos sul-africanos oficialmente desempregados.
Alfred trabalha na área do Nelson Mandela Square, em Joanesburgo. Controla a saída dos ônibus que partem para os locais de jogos. Ele diz que com o conhecimento adquirido durante o torneio, pode conseguir o emprego que não tem há seis meses.
“Estou aprendendo a controlar a saída de veículos, checar a manutenção deles”, conta. “Posso tentar uma vaga como controlador de tráfego.”
Outro sul-africano, Bongi Haba, de 27 anos, também está desempregado e, por isso, resolveu se candidatar a uma vaga como voluntário na Copa. Foi uma das quase 70 mil pessoas, de 170 países, que se candidataram para prestar serviços gratuitamente durante o Mundial.
Ele trabalha no transporte de convidados da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Além de ganhar experiência profissional, combina no voluntariado duas de suas maiores paixões: o futebol e a África do Sul.
“Eu amo futebol e amo meu país”, afirma. “O voluntariado junta as duas coisas. Eu trabalho na Copa e ajudo a África do Sul a sediar o Mundial.”
FONTE: AGÊNCIA BRASIL