Entidades do Movimento Negro de S. Paulo protocolaram na tarde desta quarta-feira (12/05), Carta dirigida ao governador Alberto Goldman pedindo explicações a respeito do que chamam “onda de violência", responsável pelas mortes dos motoboys Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos e Alexandre Santos, ambos negros e assassinados sob espancamentos e torturas por policiais militares.
“Assistimos estarrecidos e revoltados as últimas notícias veiculadas pela grande mídia acerca da violência da Polícia Militar do Estado ded S. Paulo dirigida a dois jovens negros. Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos, 30 anos, e Alexandre Santos, 25 anos, tinham muitas coisas em comum. Além do sobrenome e de serem ambos trabalhadores motoboys eram negros. Talvez por isso a infeliz coincidência também em suas violentas mortes”, afirmam.
Política genocida
Na Carta – assinada por Douglas Belchior, da Uneafro, Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado e Joselício Júnior, do Círculo Palmarino – corrente política de negros ligados ao PSOL -, as entidades acusam o Estado de ter “optado por uma política genocida em relação a população negra e pobre, especialmente a juventude. “Para nós que vivemos o cotidiano de comunidades periféricas, a polícia, que deveria garantir direitos e proteger a vida, ao contrário, é sinônimo de desrespeito, violência e morte”,
As entidades querem que Goldman conceda Audiência ao Movimento Negro e de Direitos Humanos e dê explicações públicas numa coletiva a respeito das atitudes que o Governo pretende adotar em relação à Polícia Militar do Estado de S. Paulo “que está fora de controle”, bem como que mudanças pretende promover no Comando e na atuação da PM.
A Carta protocolada na Casa Civil às 16h25, é assinada também pelas seguintes entidades: Núcleo de Consciência Negra na USP, Mães de Maio, Sujeito Coletivo USP, MTST, Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente de São Paulo.
Aula pública
Nesta quinta-feira, 13 de maio, as mesmas entidades se reúnem na Praça Patriarca, no centro de S. Paulo, onde haverá uma Aula Pública com o tema “Mais um maio sem abolição, crimes de maio sem apuração”.
O objetivo é sensibilizar a sociedade para a luta contra o racismo. Os organizadores afirmam que convidaram familiares dos motoboys Eduardo Luís Pinheiro dos Santos e Alexandre Santos, mortos por policiais militares.
A aula terá início às 14 horas e será ministrada por palestrantes de diversos segmentos. Entre eles, Marcus Orione, juíz federal e professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Regina Lucia, do MNU, Bas’ilele Malomalo, da Cladin-Unesp, e o rapper Edy Rock, do grupo Racionais.
FONTE: AFROPRESS
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